10 de março de 2011

Professores públicos


Ó vozes inquietas
Que não cansam de clamar!
Por que não vos querem ouvir?

Passos que andam nas ruas poeirentas,
No areal dos subúrbios,
Que mal fazeis a esta nação,
De patrões escravistas
Que vos não querem gente?

Que se passa na mente deles
Que não vêem sua ingratidão...?

Ó vozes que saem em passeata,
Que fazem piquetes, que grevam,
Mas que não batem, não matam,
Não saqueiam os cofres públicos,
Por que vos querem mudas?

Educais nossos filhos...
Sois o prolongamento do
Nosso lar, da nossa família,
Mas vos querem caladas e ainda
De cabeças baixas...
Alheias ao mundo e desvalidas
Para a vida!

Não! Não vos esmoreçais,
Crescei-vos sobre os lamaçais
Eles ladram e tripudiam e riem,
Mas vós, nossos heróis nacionais.

Havereis de triunfar
Porque nós pais dos vossos alunos,
Ainda que lhes contrariando nas urnas,
Ardorosamente o desejamos!

                                  Paulo Paixão

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