8 de março de 2011

Visões


Há dias em que vejo o céu tenebroso...
As negras nuvens encobrem o sol
E escurecem meus pensamentos...

Recordo dos meus amados a milhas
Das montanhas e das planícies...
Lembro dos que se foram
E dos que lutam para não ir...

E quando se vão, em vão torna-se
Esquecê-los...morro um pouquinho mais...

Há dias que acordo olhando o
Céu claro e os pássaros a voar...
De olhos abertos sonho vê-la chegar,
Sorridente, bela, vaporosa, desejando
Com ardência me amar...

Dias há em que tiro pra passear...
Andar na orla, na praia, nas campinas...
Ver as meninas de tranças ou transas
Em cochichos dissimulados
Nos vítreos pisos das butiques
Ou mesmo nos barzinhos ao lado...

E assim vai, dia após dia...
A vida efêmera sobre este planeta.

Acredito na perenidade do universo
E da alma...
As águas calmas de um rio
Dizem-me em oração
Que há uma luminosidade, sim,
Além muito além da escuridão,
Onde tudo iniciou e que lá estão lacrados
A sentença e o sentido do fim... 

Paulo Paixão

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