3 de maio de 2010

De Paulo Paixão: Sonhos

Sonhos

 Por Paulo Paixão

Ai de mim se não existissem as flores
E o azul infinito do céu para me sentir
Livre como os pássaros ou as brancas nuvens
Ou mesmo o vento que sopra ao relento...
Ou ainda para me sentir envolto pelos
Tentáculos do mistério das coisas que
Existem além das estrelas...

Como seria o meu mundo se não existissem
Sons que embalam corações como as letras líricas
De Cartola ou o samba leve do Paulinho da Viola?

Minha agonia passa nas passadas das melodias do
Beto Paixão, meu irmão cuja poesia exala odores
Das maresias do Amazonas e do Tapajós...
Nas suas músicas e nas suas letras vou além do concebível.
É que me enchem de encanto amazônico. Viver sem
Elas, como seria? 

Ai de mim sem as bolas das árvores de natal,
Azuis, vermelhas, amarelas, luzidias, finas,
Fascinantes...
Um sonho, um céu na terra...
Uma luva branca que passa em frente
Aos olhos semicerrados da criança
E deixa um presentinho sobre
As suas sandálias...

O que seria de mim sem a magia
Do rio que me fez sonhar, que me fez
Chorar de alegria e enlaçar um quadril
De curvas suaves e aprazíveis,
De indizíveis tentações
E apegos e namoros e desejos...

E as mãos firmes que me embalaram
Quando criança? Onde Andarão?
Continuam abençoadas, confortantes, confiáveis,
Protetoras e amáveis,
Embora trêmulas e enrugadas...
Se não fossem elas, o que de seria de mim?

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