Sonhos
Por Paulo Paixão
Ai de mim se não existissem
as flores
E o azul infinito do céu
para me sentir
Livre como os pássaros ou
as brancas nuvens
Ou mesmo o vento que sopra
ao relento...
Ou ainda para me sentir
envolto pelos
Tentáculos do mistério das
coisas que
Existem além das
estrelas...
Como seria o meu mundo se
não existissem
Sons que embalam corações
como as letras líricas
De Cartola ou o samba leve
do Paulinho da Viola?
Minha agonia passa nas
passadas das melodias do
Beto Paixão, meu irmão cuja
poesia exala odores
Das maresias do Amazonas e
do Tapajós...
Nas suas músicas e nas suas
letras vou além do concebível.
É que me enchem de encanto
amazônico. Viver sem
Elas, como seria?
Ai de mim sem as bolas das
árvores de natal,
Azuis, vermelhas, amarelas,
luzidias, finas,
Fascinantes...
Um sonho, um céu na
terra...
Uma luva branca que passa
em frente
Aos olhos semicerrados da
criança
E deixa um presentinho
sobre
As suas sandálias...
O que seria de mim sem a
magia
Do rio que me fez sonhar,
que me fez
Chorar de alegria e enlaçar
um quadril
De curvas suaves e
aprazíveis,
De indizíveis tentações
E apegos e namoros e
desejos...
E as mãos firmes que me
embalaram
Quando criança? Onde
Andarão?
Continuam abençoadas,
confortantes, confiáveis,
Protetoras e amáveis,
Embora trêmulas e
enrugadas...
Se não fossem elas, o que
de seria de mim?
Nenhum comentário:
Postar um comentário