Cegueira leva Sespa ao Araguaia
A Sespa (Secretaria Executiva de Saúde Pública) está tomando providências para descobrir qual agente está causando a diminuição da acuidade visual em crianças e adolescentes que vivem às margens do rio Araguaia, na fronteira entre o sul do Pará e o estado do Tocantins.O diretor do Núcleo de Endemias da Sespa (Nuepi), Bernardo Cardoso, esteve em Brejo Grande, Palestina do Pará, São Geraldo, São João do Araguaia e Itupiranga, cinco municípios do Pará abrangidos pelo rio Araguaia.Junto com ele foi uma equipe de técnicos do Núcleo de Epidemiologia (Nuepi), que ouviram depoimentos da população e recolheram material para biópsia, com respaldo de médicos oftalmologistas.De acordo com o médico, o material recolhido vai ajudar nas investigações das equipes de saúde do Pará, Maranhão e Tocantins para desvendar o que tem causado a progressiva perda de visão em quem costuma se banhar ou utilizar a água do rio Araguaia nas atividades diárias.Bernardo Cardoso acrescenta que, segundo a população, o problema já existe há cerca de 20 anos e que o Ministério da Saúde já havia sido notificado desde 2001 sobre a doença, pela Secretaria Estadual de Saúde de Tocantins. "Sabe-se que os primeiros casos começaram há três anos. Em geral, quando o problema é detectado em estágio inicial, o tratamento pode ser feito através de medicação ou cirurgia", afirma.Durante a visita aos cinco municípios do sul paraense, que começou na quarta, 11, e terminou no último domingo, 15, a equipe do Nuepi não detectou nenhuma ocorrência de cegueira entre os casos notificados. Cardoso informou que o grupo deve voltar à área já visitada no prazo máximo de 15 dias.Os sintomas da contaminação misteriosa se assemelham aos de uma conjuntivite, e começam com um processo inflamatório em um dos olhos. Para Bernardo Cardoso, ainda é muito prematuro atribuir a causa do surto à contaminação por trematóides supostamente transmitidos por caramujos do rio. "Os dados ainda estão sendo analisados, para isso estamos realizando uma série de estudos".
Fonte: Assessoria de Comunicação da Sespa
COMENTÁRIO:
Típico do ditado "só fecha a porta depois que for roubado". Os especialistas em água há longo tempo vem se esgoelando para que os problemas causados por esgotos ao rio sejam solucionados e ... nada. Ou melhor: quanto vai gastar a Secretaria de Saúde do estado para remediar uma situação que poderia ser preventiva?
Ei, Binga, convida teus colegas para elaborar um plano de gestão de saúde pública consistente, chama a imprensa e divulga através de um seminário regional. Vais ver como funciona. Logo, logo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário