“A
água de boa qualidade é como a saúde ou a
liberdade:
só tem valor quando acaba”
Guimarães Rosa
Todos nós estamos cansados de
repetir: água é vida! E, como prova, aqui poucos não tem um poço de água na sua
casa pra satisfazer seus desejos de um banho ou de lavar os utensílios e as
roupas sujas. Outros usam o (péssimo) serviço público de distribuição.
A gente percebe a importância deste
líquido quando vai pra praia, nos igarapés ou quando está com sede e vai se
deliciar com um copo (ou vários) d’água bem gelado. Mas, quando vamos à praia
ou beber o líquido e a água estiver com aparência suja, a gente torce o nariz,
nem bebe a água e vem um desgosto imenso por isso. Agora imagine se você nem
enxergar essa sujeira?
A nossa saúde e de nossos filhos vem
da água que bebemos: se tomar um líquido impróprio para o consumo vem as
doenças intestinais (diarreia, vomito, vermes etc.); outros nem precisam beber:
basta ir pro banho onde instintivamente se bebe a água contaminada, que pode
ser proveniente de esgoto ou depósito de lixo a céu aberto. Tudo isso quando a
água é ingerida sem a gente saber dos perigos que ela esconde... e quando a
gente sabe e, mesmo assim, continua fazendo?
Há muito tempo, para se livrar
desses perigos invisíveis da água foi concebida a figura da água mineral, que é
retirada do subsolo e se torna filtrada, devido às rochas onde estão
armazenadas. Por definição da Agência Nacional de Águas (ANA), água mineral
é aquela captada de fontes, com composição química ou propriedades diferentes
das águas comuns, com características que confiram uma ação medicamentosa.
Por isso, a ANA não regula a sua exploração ou comercialização, sendo
competência da Agência Nacional de Mineração (ANM) e aí mora o perigo, pois só
há a regulação e nada de fiscalização.
As regras para fazer a captação e
comercialização da água mineral são extensas e estas, relativamente, caras. Não
é qualquer água que pode ser captada e ser transformada em água mineral; umas
tantas são captadas irregularmente, engarrafadas e vendidas aos consumidores
desinformados do perigo invisível. Infelizmente, muitos de nós não leem os rótulos
destes produtos sobre composição, local de captação e vencimento. A água para
ser boa tem que ser captada em um local protegido da presença de animais
domésticos e longe de locais contaminados. É claro que dificilmente iremos
constatar no local a sua procedência e qualidade e pra isso existem os órgãos
fiscalizadores. Então vamos a um exemplo prático: alguém acha que uma água
captada nas proximidades do lixão de Itaituba tem boa qualidade e não causa
doenças? E a Secretaria de Saúde tem elementos para determinar quantos
habitantes estão adoecendo por ingestão de água contaminada? A Divisão de
Vigilância Sanitária tem conhecimento das regras e pode recomendar o consumo
deste líquido? E quando se compra essa água levamos em conta a nossa
responsabilidade com a saúde da família? E o empresário que coloca este perigo
invisível na sua mesa é responsável?
Então é bom lembrar um ditado de
nossos avós: “Precaução e caldo de galinha não faz mal a ninguém.”
Finalmente fica um alerta básico que
deve ser cuidado em evitar este inimigo invisível:
- ·
Compre
os produtos de boa qualidade. Nem sempre o menor preço é mais saudável;
- ·
Usando
água de fontes públicas coloque uma gota (0,5 mg/L) de cloro (hipoclorito de
sódio) num garrafão de 20 litros para desinfectar;
- ·
E beba
bastante água saudável, pois nosso corpo tem 70% de água na sua constituição.
Saúde!