21 de agosto de 2020

ÁGUA: UM PERIGO INVISÍVEL

A água de boa qualidade é como a saúde ou a

liberdade: só tem valor quando acaba”

Guimarães Rosa

            Todos nós estamos cansados de repetir: água é vida! E, como prova, aqui poucos não tem um poço de água na sua casa pra satisfazer seus desejos de um banho ou de lavar os utensílios e as roupas sujas. Outros usam o (péssimo) serviço público de distribuição.

            A gente percebe a importância deste líquido quando vai pra praia, nos igarapés ou quando está com sede e vai se deliciar com um copo (ou vários) d’água bem gelado. Mas, quando vamos à praia ou beber o líquido e a água estiver com aparência suja, a gente torce o nariz, nem bebe a água e vem um desgosto imenso por isso. Agora imagine se você nem enxergar essa sujeira?

            A nossa saúde e de nossos filhos vem da água que bebemos: se tomar um líquido impróprio para o consumo vem as doenças intestinais (diarreia, vomito, vermes etc.); outros nem precisam beber: basta ir pro banho onde instintivamente se bebe a água contaminada, que pode ser proveniente de esgoto ou depósito de lixo a céu aberto. Tudo isso quando a água é ingerida sem a gente saber dos perigos que ela esconde... e quando a gente sabe e, mesmo assim, continua fazendo?

            Há muito tempo, para se livrar desses perigos invisíveis da água foi concebida a figura da água mineral, que é retirada do subsolo e se torna filtrada, devido às rochas onde estão armazenadas. Por definição da Agência Nacional de Águas (ANA), água mineral é aquela captada de fontes, com composição química ou propriedades diferentes das águas comuns, com características que confiram uma ação medicamentosa. Por isso, a ANA não regula a sua exploração ou comercialização, sendo competência da Agência Nacional de Mineração (ANM) e aí mora o perigo, pois só há a regulação e nada de fiscalização.

            As regras para fazer a captação e comercialização da água mineral são extensas e estas, relativamente, caras. Não é qualquer água que pode ser captada e ser transformada em água mineral; umas tantas são captadas irregularmente, engarrafadas e vendidas aos consumidores desinformados do perigo invisível. Infelizmente, muitos de nós não leem os rótulos destes produtos sobre composição, local de captação e vencimento. A água para ser boa tem que ser captada em um local protegido da presença de animais domésticos e longe de locais contaminados. É claro que dificilmente iremos constatar no local a sua procedência e qualidade e pra isso existem os órgãos fiscalizadores. Então vamos a um exemplo prático: alguém acha que uma água captada nas proximidades do lixão de Itaituba tem boa qualidade e não causa doenças? E a Secretaria de Saúde tem elementos para determinar quantos habitantes estão adoecendo por ingestão de água contaminada? A Divisão de Vigilância Sanitária tem conhecimento das regras e pode recomendar o consumo deste líquido? E quando se compra essa água levamos em conta a nossa responsabilidade com a saúde da família? E o empresário que coloca este perigo invisível na sua mesa é responsável?

            Então é bom lembrar um ditado de nossos avós: “Precaução e caldo de galinha não faz mal a ninguém.

            Finalmente fica um alerta básico que deve ser cuidado em evitar este inimigo invisível:

  • ·        Compre os produtos de boa qualidade. Nem sempre o menor preço é mais saudável;
  • ·        Usando água de fontes públicas coloque uma gota (0,5 mg/L) de cloro (hipoclorito de sódio) num garrafão de 20 litros para desinfectar;
  • ·        E beba bastante água saudável, pois nosso corpo tem 70% de água na sua constituição.

Saúde!

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