Meu parceiro Ivo Lubrinna sempre usa este mote: "É fácil fazer continência com chapéu alheio".
O artigo no Código Florestal, abaixo segue esta "regra" governamental à risca.Leiam e aproveitem:
Este mesmo artigo poderia ser usado em tantas outras atividades, que são pagas às expensas do produtor mineral.O Governo anunciou essa semana nos Estados Unidos a meta brasileira de redução de emissão de gases de efeito estufa. Reduziremos 43% até 2030 tendo como linha de base as emissões de 2005. Além do fim do desmatamento ilegal, o Governo conta com a restauração e o reflorestamento de 12 milhões de hectares previstos no novo Código Florestal, a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e a integração de outros 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-florestas. Tudo as expensas do produtor rural brasileiro. O Governo prometeu reduzir emissões de gases de efeito de estufa, colhe os louros de ter estabelecido uma meta ousada, mas quem tem que fazer o esforço é o produtor rural.As ONGs ambientalistas, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a Sociedade Rural Brasileira (SRB) elogiaram as medidas. A CNA se fechou em copas e nada disse a respeito até agora.Vamos fazer uma conta de padeiro?Recuperação de 12 milhões de ha a um custo médio (estimado por baixo) de R$ 6.000 por ha = R$ 72 bilhões em 20 anos = R$ 3,6 bilhões por ano sem qualquer expectativa de receita significante uma vez que não se pode produzir nada em APP e a economia da Reserva Legal só existe na cabeça de ambientalista.Recuperação de 15 milhões de ha de pastos degradados a um custo médio R$ 7.000 por ha (considerando limpeza, preparo e correção de solo mais um "burrifo" de P2O5 e replantio de semente) = R$ 105 bilhões em 15 anos = R$ 7 bilhões por ano, mas com uma expectativa de incremento de receita decorrente da intensificação do uso do solo.Sem contar os cinco milhões de integração lavoura-pecuária-floresta-plantio-de-orquídeas-e-outras-coisas-maravilhosas cujo custo este escriba é incapaz de estimar, estamos falando de R$ 10,6 bilhões de reais por ano a débito na conta concorrente de quem trabalha e produz.Eu acho que é factível, mas considero uma tolice não tirar proveito desse esforço. O Agro carrega essa país nas costas desde 1500. Sustentou o plano real com a âncora verde, sustentou os anos Lula com a exportação de commodities a preços favoráveis, é o único setor que continua com números positivos no atual cenário de crise. Fará agora o maior esforço para o alcance da meta brasileira de redução de emissões de gases de efeito estufa. É justo que continuemos sendo os vilões do meio ambiente?O alerta que faço aqui é, novamente, para a tibieza da forma como o Agro se mostra para sociedade brasileira. Essas metas não serão alcanças sem apoio, sem financiamento a juros equalizados, sem correções das distorções nos preços de frete dos insumos (calcário e fósforo). Há ONGs, secretarias estaduais de meio ambiente e a Funai amarrando licenças ambientais para exploração de jazidas viáveis de potássio no Amazonas e de calcário em Rondônia e Mato Grosso. Os recursos internacionais do Fundo Amazônia bem poderiam ser utilizados para equalizar o custo do financiamento de parte daqueles R$ 10,6 bi, mas ao invés disso estão sendo utilizados para financiar ONGs como o Imazon e o ISA (as mesmas que lutam contra as jaziidas de fertilizantes). Há obstáculos que precisam ser mapeados e subjugados.É hora de dizer à sociedade brasileira e ao mundo que seremos parceiros na proteção da resiliência do ecossistema global, que faremos o que ninguém faria se tivermos a ajuda adequada. Precisamos dizer aos quatro ventos que os ecopilantras que lutam contra o produtor rural brasileiro são os verdadeiros inimigos de um ecossistema equilibrado.Podemos aproveitar as oportunidades dessa crise... ou não... como de costume.
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