1 de outubro de 2015

Continência com chapéu alheio...

Meu parceiro Ivo Lubrinna sempre usa este mote: "É fácil fazer continência com chapéu alheio".
O artigo no Código Florestal, abaixo segue esta "regra" governamental à risca.
Leiam e aproveitem:


O Governo anunciou essa semana nos Estados Unidos a meta brasileira de redução de emissão de gases de efeito estufa. Reduziremos 43% até 2030 tendo como linha de base as emissões de 2005. Além do fim do desmatamento ilegal, o Governo conta com a restauração e o reflorestamento de 12 milhões de hectares previstos no novo Código Florestal, a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e a integração de outros 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-florestas. Tudo as expensas do produtor rural brasileiro. O Governo prometeu reduzir emissões de gases de efeito de estufa, colhe os louros de ter estabelecido uma meta ousada, mas quem tem que fazer o esforço é o produtor rural.As ONGs ambientalistas, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a Sociedade Rural Brasileira (SRB) elogiaram as medidas. A CNA se fechou em copas e nada disse a respeito até agora.Vamos fazer uma conta de padeiro?Recuperação de 12 milhões de ha a um custo médio (estimado por baixo) de R$ 6.000 por ha = R$ 72 bilhões em 20 anos = R$ 3,6 bilhões por ano sem qualquer expectativa de receita significante uma vez que não se pode produzir nada em APP e a economia da Reserva Legal só existe na cabeça de ambientalista.Recuperação de 15 milhões de ha de pastos degradados a um custo médio R$ 7.000 por ha (considerando limpeza, preparo e correção de solo mais um "burrifo" de P2O5 e replantio de semente) = R$ 105 bilhões em 15 anos = R$ 7 bilhões por ano, mas com uma expectativa de incremento de receita decorrente da intensificação do uso do solo.Sem contar os cinco milhões de integração lavoura-pecuária-floresta-plantio-de-orquídeas-e-outras-coisas-maravilhosas cujo custo este escriba é incapaz de estimar, estamos falando de R$ 10,6 bilhões de reais por ano a débito na conta concorrente de quem trabalha e produz.Eu acho que é factível, mas considero uma tolice não tirar proveito desse esforço. O Agro carrega essa país nas costas desde 1500. Sustentou o plano real com a âncora verde, sustentou os anos Lula com a exportação de commodities a preços favoráveis, é o único setor que continua com números positivos no atual cenário de crise. Fará agora o maior esforço para o alcance da meta brasileira de redução de emissões de gases de efeito estufa. É justo que continuemos sendo os vilões do meio ambiente?O alerta que faço aqui é, novamente, para a tibieza da forma como o Agro se mostra para sociedade brasileira. Essas metas não serão alcanças sem apoio, sem financiamento a juros equalizados, sem correções das distorções nos preços de frete dos insumos (calcário e fósforo). Há ONGs, secretarias estaduais de meio ambiente e a Funai amarrando licenças ambientais para exploração de jazidas viáveis de potássio no Amazonas e de calcário em Rondônia e Mato Grosso. Os recursos internacionais do Fundo Amazônia bem poderiam ser utilizados para equalizar o custo do financiamento de parte daqueles R$ 10,6 bi, mas ao invés disso estão sendo utilizados para financiar ONGs como o Imazon e o ISA (as mesmas que lutam contra as jaziidas de fertilizantes). Há obstáculos que precisam ser mapeados e subjugados.É hora de dizer à sociedade brasileira e ao mundo que seremos parceiros na proteção da resiliência do ecossistema global, que faremos o que ninguém faria se tivermos a ajuda adequada. Precisamos dizer aos quatro ventos que os ecopilantras que lutam contra o produtor rural brasileiro são os verdadeiros inimigos de um ecossistema equilibrado.Podemos aproveitar as oportunidades dessa crise... ou não... como de costume.
Este mesmo artigo poderia ser usado em tantas outras atividades, que são pagas às expensas do produtor mineral.

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