15 de outubro de 2010

Salto Alto

Palavras de Parsifal Pontes:
Dilma Rousseff usou salto alto durante o primeiro turno da eleição.
Para acompanhar a sua companheira de chapa, o candidato a vice, Michel Temer, que no inicio da campanha foi responsável por apaziguar o PMDB e quase uni-lo por completo em torno de Dilma, também subiu no salto e, no decorrer da campanha, deu pouca atenção aos seus companheiros de partido, alguns que, inclusive, foram responsáveis pela sua indicação para vice, contra as articulações e vontade de Lula.
Neste segundo turno, quando a campanha petista, embora ainda não de forma irremediável, perde pontos percentuais a cada pesquisa, Michel Temer amarga algumas dissensões dentro da sua sigla, o que também compõe a queda de Dilma nas intenções de votos.
Alguns lideres peemedebistas regionais, ressentidos com o tratamento dispensado por Michel e pelo próprio comando da campanha petista nacional, estão cruzando os braços, o que é de menos, ou declarando apoio formal à Serra, o que é de mais.
A segunda hipótese ocorreu ontem no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais: o PMDB gaucho, que angariou 25% dos votos validos do estado, declarou apoio a Serra, isolando o candidato a governador José Fogaça, que ainda não declarou a sua decisão; o PMDB mineiro também isolou Helio Costa e acostou-se à campanha tucana, por obra e graça de Aécio Neves.
Recusei-me a atender o chamado de Michel Temer à reunião de Brasília, na semana passada, onde ele subiu ao púlpito do Centro de Convenções do “Golden Tulip”, para pedir o empenho do PMDB no segundo turno: este empenho deveria ter sido invocado e conquistado desde o primeiro.
Não tenho ainda opinião formada sobre o que ocorre no PMDB, no nível nacional, neste momento, mas, os movimentos são fruto do equivoco neurológico do PT, que contaminou o presidente do PMDB, candidato a vice na chapa, de achar que não mais precisava de estrutura partidária alguma para a carenagem da campanha, que, por suposto, já estava ganha antes do sufrágio.
Agora, com a Inês não morta ainda, mas, precisando de fôlego para não resfolegar nos estertores, que se redobrem a candidata e o vice, para que não se esvaia pelas frestas dos dedos aquilo que se vislumbrava seguro ainda há pouco.
O PMDB do Pará não cogita espalhar a brasa da questão nacional, mas, não está alheio às circunstancias que acenderam a fogueira.

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