Paulo Paixão
Salve
22 de junho!
Santarém e toda Amazônia têm uma profunda gratidão a todos os
padres missionários que, desde os tempos das primeiras expedições
exploratórias do rio Amazonas começaram seus serviços de apostolado, não
importando as distâncias nem os temerários desafios, posto que tudo
fora feito em nome de Cristo, e quando se está com Cristo, as
adversidades são encaradas como provas de fé e de feliz dedicação à Sua
causa.
A
grande maioria de tais missionários veio de outros continentes, da sua
pátria, do aconchego dos seus lares, das amizades, amor e carinhos dos
seus, de lá do outro mundo onde a civilização estivera bem mais
avançada, quando se podia usufruir as benesses das novidades
tecnológicas e confortos outros, no entanto, tal como Jesus Cristo
dissera “ide ao mundo e pregai o evangelho”, tais apóstolos de Deus
vieram para a Amazônia e enfrentaram, dentre outras adversidades:
doenças do tipo tropical; as distâncias imensuráveis dos rios, através
dos remos; a solidão e a ameaça das matas fechadas; a saudade dos pais,
amigos e irmãos que ficaram em terras distantes e que não podiam ser
contatados por meses e até anos. Jesus os instruíra “Se alguém quer vir
após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me...”
(Lucas, 9:23).
Esses homens, não tenho dúvida, foram e são mártires. Na
verdade, o são, não por terem derramado o seu sangue, porém, pela sua
dedicação exclusiva à fé e ao evangelho, na aceitação de afrontas e na
dedicação aos pobres e sofredores. Pois bem, caros leitores, tais
missionários cumpriram e cumprem as determinações do Senhor que disse:
“...Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” (Marcos
16,15).
O que mais tenho a dizer senão que tais criaturas, servos
autênticos de Deus, devem ser por todos nós reconhecidos, reverenciados,
agradecidos por seus méritos, renúncias, abnegações, apostolado,
exemplo de vida...Causa-me tristeza e repúdio, no entanto, constatar que
muitos homens de gravata e paletó, senhores da verborragia, escarnecem e
tentam difamar tais mártires, inclusive, fazendo afrontas demoníacas
diretas à Igreja de Deus, eles que, não negaram a si mesmos, que não
tomaram a cruz de Jesus e nem sequer abriram mãos de quaisquer regalias
que a vida citadina os oferecem.
Nestes 349 anos de fundação da amada cidade de Santarém, nós
santarenos de nascimento ou de coração queremos externar, de modo todo
especial, nosso sentimento de gratidão e ternura por todos os santos e
mártires da nossa Santa Igreja Católica, que dedicaram a sua vida, o seu
trabalho, o seu amor por todos os povos deste vasto continente verde,
especialmente, aqueles que se dedicaram, de corpo e alma, ao
soerguimento da prelazia e/ou diocese de Santarém, desde tempo
longínquos, e o fazemos face à grandeza de alma dos nossos inesquecíveis
bispos Eméritos, Dom Tiago Ryan e Dom Lino Vonbommel, que, sem dúvida,
amaram como ninguém esta terra, estes rios, este povo humilde e cristão
que somos todos nós santarenos.
Quando nos reportamos a Dom Tiago, afora inúmeras realizações
por ele implementadas em prol da diocese santarena, gostaria de destacar
a sua determinação e empenho na consecução e conclusão da grande obra
iniciada no episcopado de Dom Floriano no ano de 1955, o Seminário São
Pio X de Santarém. Todos sabemos, que o Seminário, desde sua fundação,
até a presente data, e se Deus quiser, por toda uma eternidade, têm
contribuído decisivamente não somente para a formação de padres, mas,
também, para a formação de cidadãos honrados, acima de tudo, cristãos
conhecedores dos seus deveres e direitos junto à comunidade e afinados,
seriamente afinados com o plano de Deus neste mundo. Dom Lino, não menos
idolatrado por todos nós, deu continuidade respeitosa aos projetos do
nosso querido Dom Tiago cuidando da formação dos seminaristas, do
apostolado, da ampliação da comunicação educativa/cristã, não só através
do rádio como da Televisão. Para o nosso consolo e gratidão foi muito
providencial ter-se feito o sepultamento dos dois Eméritos bispos na
Igreja de Nossa Senhora da Conceição, ao lado de Dom Amando Bahlmann.
Agradecemos este feito a Santarém, por bem merecê-lo e dizer que,
também, jamais esqueceremos dos outros mártires, que cumpriram, com
louvor, seu serviço a Deus. Santarém agradece a Frei Pedro, Frei
Miguel, Frei Juvenal, Frei Paulo e outros, por tudo, tudo mesmo que fizeram por nós
seus amigos e filhos de todo o sempre.
Congratulo-me com todos os seminaristas, do Baixo-Amazonas, nas
pessoas dos grandes amigos: Osilênio Moura, Antônio Wilson, Pedro Lira,
Valentim, Jacinto, Cientista (Rosivaldo Maciel), Nonato, Eduardo,
acreditando, piamente, que Santarém e todo Brasil, bem melhor está por
ter brasileiros como vocês, que, além de terem advindo do seio de
famílias exemplares, tiveram a misericórdia de Deus de serem formados e
educados por homens totalmente voltados para os serviços do Senhor em
prol do bem de toda a humanidade e de toda criação.
Parabéns Santarém! Parabéns santarenos!
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