Texto de Paulo Paixão
Quando ao mundo viemosÉramos leves, livres e puros...Depois corremos e procuramos algoQue não sabemos o que éE no afã de encontrá-lo nos enlameamos eSorrimos e choramos...E depois de um certo tempo paramosPra olhar pro céu e sorrimos eCantamos.Enfim, encontramo-nos, encontramo-nos...Vemos, por fim..., deste mundo nada temosA não ser os pés no chão.Somos passageiros ou mero visitantes que seAfinamCom as coisas sutis que vêm da alma,Do calor do coração,De uma voz inaudível, persuasiva, chamariz.Que bom que paramos pra olhar um céuA nossa volta iluminado de estrelas;Um rio de águas límpidas rumorejando mundoAfora,Dando fascínio e vida aos viventes.Que bom que amamos nossos irmãos...Até os mais humildes ou menos inteligentes,Os diferentes, os segregados, os indigentes...Damos, agora, um adeus a este mundoE dele nada levamos, nem prata nem ouro,Nem um olhar severo ou um nariz empinado.Levamos, sim, o tesouro que acumulamos no...Nosso coração: o amor ao próximo, a humildade,As dádivas, as contemplações, a fé, o serviço a Deus,Os jejuns, a renúncia e as peregrinações!
Um comentário:
"...De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto..." (Rui Barbosa)
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