7 de abril de 2010

Renúncias e peregrinações.

Texto de Paulo Paixão
Quando ao mundo viemos
Éramos leves, livres e puros...

Depois corremos e procuramos algo
Que não sabemos o que é
E no afã de encontrá-lo nos enlameamos e
Sorrimos e choramos...

E depois de um certo tempo paramos
Pra olhar pro céu e sorrimos e
Cantamos.
Enfim, encontramo-nos, encontramo-nos...

Vemos, por fim..., deste mundo nada temos
A não ser os pés no chão.
Somos passageiros ou mero visitantes que se
Afinam
Com as coisas sutis que vêm da alma,
Do calor do coração,
De uma voz inaudível, persuasiva, chamariz.

Que bom que paramos pra olhar um céu
A nossa volta iluminado de estrelas;
Um rio de águas límpidas rumorejando mundo
Afora,
Dando fascínio e vida aos viventes.

Que bom que amamos nossos irmãos...
Até os mais humildes ou menos inteligentes,
Os diferentes, os segregados, os indigentes...

Damos, agora, um adeus a este mundo
E dele nada levamos, nem prata nem ouro,
Nem um olhar severo ou um nariz empinado.
Levamos, sim, o tesouro que acumulamos no...
Nosso coração: o amor ao próximo, a humildade,
As dádivas, as contemplações, a fé, o serviço a Deus,
Os jejuns, a renúncia e as peregrinações!

Um comentário:

DuPará disse...

"...De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto..." (Rui Barbosa)