9 de novembro de 2009

Os estudantes se deixam enganar?

Prestem atenção nesta carteira da UMES:



Vejam que nesta carteira de estudante de ensino superior já se ensina (erradamente) que os grandes projetos, madeireiras e mineração são prejudiciais ao desenvolvimento sustentável.

Neste sentido seria bom começar a explicar a estes futuros profissionais que nenhuma destas atividades, se adequadamente realizada será prejudicial ao meio ambiente.

Os grandes projetos - e aqui se incluem as hidrelétricas, plantações de soja, cana de açucar, arroz, etc. - são monitorados pela legislação ambiental vigente e não escapam impunemente dos rigores da lei. Além dos órgãos ambientais competentes, que vistoriam e limitam se estas forem predadoras, ainda temos os Ministérios Públicos Estadual e Federal, através de seus Núcleos Ambientais, para agir com mais rigor se houver qualquer deslize.

As madeireiras adquiriram este rótulo por terem tido dirigentes, digamos, imprudentes.
Estes aqui chegaram e vendo o potencial madeireiro da região se "danaram" a tirar a madeira sem atentar para a legislação ambiental vigente. Quando o órgão ambiental competente (IBAMA) apertou a corda todos começaram a berrar feito bezerros desmamados. Não tinham títulos de propriedade das áreas que desmatavam e seus planos de manejo não correspondiam à realidade. Quando começaram a correr atrás dos títulos sempre esbarravam na morosidade dos órgãos fundiários ou "morriam" em propinas aos seus servidores. Prova são as inúmeras áreas embargadas e os milhões de reais em multas aos exploradores e às madeireiras. Também, contra os servidores são públicos os processos movidos contra eles.

É incrível como ninguém nunca pensou que quase 99% dos componentes de uma casa são oriundos da mineração. Será que os futuros engenheiros civis sabem disso? Vejamos alguns exemplos de materiais utilizados:
  • areia/barro/brita: todos utilizados para a construção e são bens minerais;
  • cimento: proveniente da extração de calcário;
  • telhas/tijolos: da extração de argila;
  • ferro/aço: extração de minério de ferro;
  • arames: extração de bauxita;
  • etc.
Além disso, se pensarmos nos utensílios que são colocados dentro de casa ficarão surpresos ao saber que uma geladeira é composta de plástico (sub-produto do petróleo), ferro, aço, aramados, gases nobres e que são todos provenientes da mineração.
Pensem na água, essencial para a vida e que é um bem mineral. Numa lâmpada que ilumina suas casas, onde todos os componentes são bens minerais. No gás da cozinha. E e tantos outros bens que utilizamos nos dia a dia. 

Então é bom saberem que a mineração é um setor básico na economia deste país. Deste estado em que vivemos. Da vida confortável que vivemos.

É claro - e provavelmente os estudantes não estão informados a respeito - que a mineração, apesar de ser considerada uma atividade predadora do meio ambiente é a que mais recompõe o mesmo.
Para todos os empreendimentos minerais é exigido o Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). No entanto, para os materiais de aplicação imediata em construção pode ser dispensado esta exigência, embora seja obrigatória a apresentação de um Relatório de Controle Ambiental (RCA). E não tira a obrigação do empreendedor de responder por danos e delitos ambientais, conforme a legislação ambiental em vigor.

No entanto, assim como na exploração florestal, o grande número de empresas e pessoas físicas que atuam na informalidade (garimpos de ouro, exploradores de pedra, areia, barro, etc.) causam problemas ambientais e distorcem todos os dados estatísticos.

Então é bom que os estudantes comecem a se informar melhor sobre estes empreendimentos e não engulam a batata quente que lhes estão empurrando goela abaixo.

Falando nisso, quem estará patrocinando este slogan absurdo?

5 comentários:

Geól. Fred Cruz disse...

Meus amigos geólogos,



Ao ler este artigo sobre a carteira de estudantes da UES – União dos Estudantes de Ensino Superior de Santarém, do curso de engenharia civil, da ULBRA, a respeito de como é interpretada a mineração em nosso país, tomo a liberdade e democraticamente este pequeno espaço para convocar todos os profissionais que atuam no Setor Mineral e que tenham responsabilidade com os destinos deste país chamado Brasil, a participarem de uma ampla campanha de esclarecimento junto as mais diversas camadas sociais, aos universitários e aos estudantes do ensino Fundamental e Médio, as entidades de classe e associação de grupos sociais sobre a realidade da prática da atividade sustentável da mineração que responde em atender o interesse social, o ambiental e também o econômico; pode até parecer simplório este chamamento, mas a verdade que se tem ciência que estas informações não estão sendo transmitidas por pessoas que não tiveram oportunidade de ter acesso a escola, mas sim,ao contrário, por brasileiros que possuem nível superior, por vezes com pós-graduação, sem nenhum compromisso com o Brasil e com os brasileiros, com o único interesse em receber donativos(dinheiro), condecorações ou terem uma evidência transitória na mídia nacional por pensarem que estão salvando a Amazônia, o Brasil e o Mundo, e fomentadas por entidades comandadas por falsos nacionalistas que tem o poder da persuasão, vinculadas a discussões de estrangeiros que fomentam a inércia do nosso país com a hipócrita idolatria do pax verde em total contraditório quem prega a prática do uso da ciência e de novas tecnologias; sendo contrário a mineração, não seriam honestas estas pessoas que são contra a mineração, renunciaram o uso de carros, metrôs, ônibus, aviões, barcos, navios em suas rotinas? não seriam sérias ou responsáveis abdicarem o uso de computadores, Internet, TV a cabo, digital, softwares, tendo em vista que tudo é processado a partir do uso de uma substância mineral? Não meus amigos jamais ocorrerão renúncia destas benesses, porque se trata de interesses pessoais que compõe a guerra fria, onde o domínio de povos sobre as outras populações dar-se-á pela informação traduzida e conduzida por aqueles que foram arregimentados, por formarem opinião pública, em trabalhar em "DEFESA DO PLANETA TERRA", como se os mesmos fossem donos da única verdade e as explicações sobre as mudanças ocorridas em nosso planeta só pudessem ser respondidas pela climatologia e meteorologia, e não houvesse necessidade de se utilizar os mais elementares conhecimentos proporcionados pelas ciências geológicas e astronômicas em decifrar os fenômenos naturais cíclicos a que estão acontecendo junto ao cotidiano dos terráqueos. Geól. Fred Cruz.

Ivo Lubrinna disse...

Concordo Fred, parabéns pelo desabafo!!

Marcelo Pinto disse...

Fred, isto! Temos que sair da defensiva. Aproveito para divulgar mais, pois é realmente preocupante, porisso devemos fazer uma auto-crítica pessoal e convidarmos crianças, escolas para os eventos de mineração (lembro da negativa ao meu filho de não poder entrar no EXPOSIBRAM em Belém), e darmos um pouco de nosso tempo também para ir às escolas desde cedo e começarmos a educar as pessoas da mesma forma e não em contradição com a questão ambiental. Ou conseguirmos vincular a mensagem mineral nos aspectos sociais, por exemplo. O programa do Luz para Todos não poderia vir atrelado a necessidade de "Cobre para Todos".

Mas neste caso bem apontado pelo colega Jubal abaixo, pois beira o absurdo, é a visão xiita de quem não quer enxergar, tomada por quais interesses? Sérgio, que tal o enteado perguntar a associação de onde vem o papel e o plástico que usaram na carterinha!

Marcelo Pinto

Sérgio Aquino disse...

Marcelo,

É isso aí. Concordo com você mas, “uma andorinha, não faz verão”. Assim, é necessária a consciência de toda a indústria para contra atacar, inteligentemente, estas posições radicais e enganadoras. Como já falei, esta carteira é da União dos Estudantes de Ensino Superior de Santarém, o plástico da carteira, e impressão, deve ter sido financiado por alguma, ONG, de Santarém. Como todos nós sabemos, as uniões estudantis, sempre estão procurando financiamento ou patrocínio, para diminuirem os custos de suas atividades. Muito provavelmente, alguém, da união estudantil, procurou patrocínio e alguém, de alguma das mais de 200 ONGs sediadas, em Santarém, viu a oportunidade e como tem fundos de investimento para “educação ambiental”, patrocinaram as carteiras dos estudantes, que, deve-se ter em mente, são de todos os cursos, não somente de engenharia, note-se que a entidade é dos Estudantes de Ensino Superior de Santarém. Desta forma, esta figura, esta estampada na carteira estudantil de futuros advogados, sociólogos, arquitetos e outros futuros profissionais, que estão tendo formação superior, em Santarém.

Um abraço,

Sérgio

Unknown disse...

Olá! Incialmente eu gostaria de fazer três correções: Esta carteirinha não foi emitida ou editada pela UMES (mas sim pela UES), a UES congrega estudantes de várias IES e de vários cursos e este slogan não foi "financiado" e apenas representa uma das idéias defendidas por nós. Sou uma entre os dois estudantes de engenharia civil da entidade que faz parte da diretoria composta por dezenove membros. Bem, a UES defende que a Universidade não deve ser reduzida à uma mera superestrutura do capitalismo cedendo a sua produção de conhecimentos aos interesses de quem vem à nossa região com o objetivo primordial do lucro, sim porque apesar de todo o discursso oportunista dos exploradores de minério, entre outros recursos, de que vieram trazendo a bandeira do desenvolvimento para cá e ironicamente a da preservação ambiental, todos sabemos que não há compromentimento verdadeiro com isso. Eu como estudante de engenharia civil conheço sim tudo isso que você, Jubal, falou. Acredito na pesquisa como instrumento para mostrar a verdade e sou uma estudante que pesquisará não o que for conveniente e lucrativo para as empresas, na verdade o que eu faço é contrário. É um absurdo ver os financiamentos em pesquisas por parte da iniciativa privada(que beneficiam apenas a elas) e a distorção do que é científico, além das patentes que são um impecílio para que a aplicação dos conhecimentos produzidos na universidade que deveriam ser aplicadas para benefício da sociedade como um todo seja submissa às leis de mercado. Nós negamos essa relação entre universidade e estes "grandes" projetos.

Ítala R. Nepomuceno