11 de março de 2009

Terceiro Alerta

Pra quem tem medo do toque retal no diagnóstico de anomalias na próstata surgiu um "terceiro alerta", conforme reportagem do Jornal da Ciência:
Um marcador oncológico usado em mulheres com câncer de mama pode ser eficiente para detectar tumores malignos na próstata (o câncer mais prevalente entre homens). A constatação foi feita por pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein e da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) em estudo com 110 pacientes.

Trata-se do HER-2, uma proteína ligada à multiplicação celular que está presente em maior quantidade em alguns tipos de célula cancerosa -no caso do câncer de próstata, o resultado positivo indica não só a existência do câncer como a sua agressividade: os que apresentam superexpressão de HER-2 são piores do que os que não têm essa característica.

O principal marcador usado para identificar a doença é o PSA -uma substância produzida pela próstata que aparece de forma mais elevada em pacientes com câncer no órgão. Mas não é só o câncer que afeta o marcador, afirma o urologista Carlos Eduardo Corradi, chefe do departamento de uro-oncologia da Sociedade Brasileira de Urologia: a hiperplasia benigna da próstata e inflamações no órgão elevam o índice de PSA.

Outra desvantagem do PSA é que ele é muito sensível a intervenções hormonais, afirma o oncologista Auro del Giglio, coordenador do Einstein.

Isso pode prejudicar a identificação de câncer em homens que usam finasterida (remédio para queda de cabelo), por exemplo. Como a substância faz com que o índice de PSA caia pela metade, o resultado do teste não é tão preciso. Essa limitação do marcador pode se tornar ainda mais importante a partir de agora, já que entidades médicas norte-americanas divulgaram, na semana retrasada, uma orientação de que homens saudáveis usem a finasterida como forma de reduzir o risco do câncer de próstata.

O problema, afirma Giglio, também aparece no acompanhamento de alguns pacientes que são submetidos a hormonioterapia. "Quando adotamos esse tratamento, é difícil saber se a queda observada no PSA se deve totalmente a uma diminuição do tumor ou não."


Nenhum comentário: