25 de fevereiro de 2009

OS ARRANJOS POSSIVEIS E IMPOSSIVEIS EM SANTARÉM



As eleições municipais em Santarém estão em uma Caixa de Pandora.

Pandora foi a filha primogênita de Zeus (o deus mor grego) que guardou o caos em uma caixa. Se aberta a mesma poderia trazer desgraças ao seu redor, pois continha todos os males (mais ou menos isso).

De um lado, após a vitória maiúscula nas urnas e a derrocada de Maria na justiça eleitoral (ainda resta uma esperança tênue), seu grupo desarticulado e com várias cabeças independentes (diversas dentro do PT e mais as dos outros partidos da coligação) imaginou uma saída “honrosa” para a crise instalada e tentou provocar uma mágica situação com a nova eleição provocada pela Justiça Eleitoral. Após discutir quem seria a cabeça de chapa concordaram com o ex-vice do PMDB da chapa original de Maria e incluíram um vice do PT, que ainda está no poder.

Os adversários (PSDB e DEM) vislumbraram a possibilidade de vitória nesta etapa e partiram pra cima de um “cisma” nos partidos que compunham a aliança petista. Com as mágoas instalada em HP (este não aceitou moderadamente a escolha do filho do cacique peemedebista mocorongo como candidato do partido e coligação) e de Nélio (que se achou traído pelos petistas, comandados pelo “todopoderoso” Everaldo Martins na eleição para a presidência da Câmara) conseguiram trazer para seu lado, como vice da chapa oposicionista o vereador eleito Nélio Aguiar, o apoio do dissidente HP e a colônia cearense.

A terceira via continuou com o candidato do PSOL, que não possui representatividade suficiente para derrotar nenhum dos outros candidatos.

Mas, agora melou tudo! Nada daquilo que estava estabelecido vale. Primeiro foi a Justiça Eleitoral, via TSE e TER, que mudou tudo, desde a data para as eleições até os parâmetros dos candidatos.

Aí o PT (sempre ele) resolveu começar a mudança: tirou o eterno insatisfeito (no sentido de não estar contente com os avanços do Partido) Milton Peloso e lançou o enigmático (não se sabe se tem densidade eleitoral) Inácio Correa. E não quer ser mais o coadjuvante; quer ser o astro principal deste melodrama traumático mocorongo. Ameaça levar consigo todos os outros partidos remanescentes da coligação, se o PMDB não aceitar suas imposições e lançar uma nova chapa pra concorrer às eleições municipais. Resta saber se a cabeça aceita ser rabo, neste caso. Se não aceitar e teimar em ser cabeça vai ocorrer um racha nesta coligação e não se sabe se terá densidade eleitoral para concorrer sozinha ao pleito.

A coligação PSDB e os insatisfeitos vai continuar como está? Ou vai mudar também? Se permanecer como está tem todas as possibilidades de dar uma lambada em todos os outros candidatos.

Mas o “se” é duvidoso. Vejamos uma opção “pandorística”.

Fosse o PMDB um partido menos fisiológico tomaria uma atitude inédita e causaria um pânico generalizado. Bastaria desconsiderar a atitude dissidente de HP e chamá-lo para ser o candidato oficial do partido. E mais: convidar o Nélio e o PMN a ser o vice! Imaginem o “rebu” que iria causar na política local! O PSDB ficaria sem um vice pesado (de peso só o candidato mesmo...rs). E não digam que ficaria mal para o partido, pois os exemplos de associativismo do PMDB são menos, digamos assim, homogêneas e clientelistas.

Agora vêm as questões cruciais:

  • O cacique do PMDB mocorongo teria tal desprendimento, afastando seu rebento e entregando nas mãos do “dissidente” a candidatura à Prefeitura?
  • HP aceitaria a incumbência de ser o candidato oficial, mesmo sabendo que o PMDB poderia estar lhe entregando uma forma de suicídio?
  • Nélio e o PMN quebrariam a corrente com o PSDB/DEM e se aliariam a HP e ao PMDB?
  • E a colônia cearense iria atrás do “duo” elétrico?
  • E o "resto" do povo aceitaria essas "mudanças” malucas e extemporâneas?

Divirtam-se com as divagações a partir desta questão.

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