Como já conheço um monte de projetos "desenvolvimentistas" (Serra do Navio, no Amapá; Vale, em Parauapebas; Porto Trombetas, em Oriximiná; Jari, em Almerim) como este fiz algumas colocações que estão se tornando proféticas.Como esta:
Disse isso aí acima na ocasião e muito mais na ocasião. Nem me lembro se houve lamento ou explicações de alguém na ocasião."O que a Alcoa promete construir (estrada de ferro, porto e reflorestamento das áreas atingidas) e que vai deixar quando sair para o município é preocupante. Sem um novo cenário de desenvolvimento, o que o município vai fazer com uma estrada de ferro? Turismo pra ver reflorestamento? A questão não é só ambiental, mas também social: o que o povo em geral vai receber em termos de segurança pública, em educação profissional, em desenvolvimento urbano? Será tudo responsabilidade só do Estado?
O município de Juruti não está preparado social, econômica, jurídica e politicamente para este desenvolvimento, e tem que se precaver para as demandas que fatalmente ocorrerão, promovendo um amplo debate entre seus munícipes e demais habitantes do Oeste do Pará para encontrar o seu caminho. A bauxita não vai durar pra sempre e a maldição do padre João Braz não pode ser confirmada."
O representante do MP, Raimundo Moraes pediu, chorou, esperneou e o escambau mas não foi atendido nas suas ponderações sobre este projeto, em todas as fases das audiências públicas e particulares.
A Alcoa está sofrendo ações do MPF e MP contra a autorização de instalação por parte da SEMA e ela desmente (ou tenta colocar sob suspeita) uma série de colocações feitas pelo MPF (vide Quinta Emenda, na caixinha de comentários do post Alcoa na Encruzilhada) em relação ao empreendimento. O Quinta também comenta (e cutuca o PV paroara) sobre esta "nota de esclarecimento" que a Alcoa enviou para o portal , embora alguns outros portais só se refiram ao prejuízo da empresa e ao que não entra no cofre governamental em forma de tributos (coitadinhos).
A Alcoa afirma que a parte ambiental está sendo religiosamente cumprida. Se for aquilo que está em seu EIA/RIMA apresentado e aprovado pelo COEMA, nada a comentar. Mas quem afirma que o que estava escrito e que foi discutido com a sociedade é o que a população jurutiense e paraense quer?
Sabemos que o MP e MPF contestam o EIA/RIMA apresentado porque a SEMA não é o órgão corretamento adequado para tal licenciamento. Deveria ser o IBAMA, pois existe uma agressão ambiental ao rio Amazonas e este é de competencia federal.
A parte social da população é desprezada, enquanto a empresa continuar doando migalhas em forma de equipamentos comunitários ao município. Ou não é?
Enfim, a discussão não pode ser feita sob a ótica da empresa, mas da sociedade que está sendo agredida e que sofrerá as consequencias futuras desta exploração mineral, apesar de sabermos que esta atividade é aquela que menos problemas ambientais causa no local e no entorno. Mas causar menos, não significa que não haverá um impacto ambiental considerável.
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