Estava dirigindo pelas ruas de Belém e vi a cena que é comum em muitas cidades: um jovem fumante, carona, acendeu seu último cigarro (do maço) e, com o braço do lado de fora do carro, lentamente começou a amassar a embalagem vazia até que a mesma se tranformou em uma bola de papel. Então deixou-a cair lenta e disfarçadamente de sua mão, como se esperasse que o gesto passasse despercebido por todos.
Tive vontade de sair do carro e ir lá interpelá-lo. Ou oferecer um saco de plático para colocar o lixo dentro. Mas, depois refleti que não era prudente.
As pessoas acreditam que a rua é de ninguém; assim ninguém precisa cuidar delas. A não ser os garis que são pagos para isso. E, assim não percebe que haverá necessidade de gastar mais verbas na contratação de pessoal e menos para escolas.
Deve agir da mesma forma na sua casa, largando o lixo em qualquer lugar, porque terá uma empregada para arrumar sua bagunça. E se não tivesse ninguém para fazer isso? Sua morada iria se tranformar num chiqueiro (com o perdão da comparação aos porcos). E os visitantes iriam se enojar com o estado dela (se ele tivesse a coragem de convidar alguém para ir lá).
Será que o jovem aceitaria que alguém chegasse em sua casa e deixasse o lixo espalhado em sua sala ou em seu quarto, sem reclamar?
Acredito que a ação deveria fazer parte da educação ambiental.
Não adianta somente proibir ou multar os madeireiros pela devastação das florestas; tem que obrigá-los a plantar as árvores tiradas.
E quem transforma os rios em uma enorme lixeira pública deveria ser penalizado a coletar, nas praias, os restos jogados ao léu.
Os mineradores que já deixaram os buracos e modificaram a paisagem deveriam ser obrigados a repor o ambiente original.
Assim como quem joga o lixo na rua deveria ser obrigado a coletar, durante determinados dias, a sujeira produzida, mesmo que não fosse a dele.
Restaurantes, fábricas de sorvetes, produtores de out-door, supermercados, lojas e muitos outros segmentos empresariais deveriam passar, eventualmente, por um ciclo de educação ambiental de seus colaboradores e funcionários para , no mínimo, promover a diminuição da poluição ambiental.
Mas acredito que a pena maior deveria recair sobre o gestor municipal que não providenciar a arborização natural de, pelo menos, uma extensa e concorrida avenida durante seu mandato. Ou construir um parque municipal durante seu mandato.
Mas, quando isso já aconteceu por aqui, apesar das constantes e flagrantes ocorrências?
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