Para atrair investimentos privados para o setor mineral brasileiro e consequentemente para a descoberta de novos depósitos minerais, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) começa a disponibilizar para sociedade, sem custos, dados de geoquímica e geofísica, visto a importância do setor para o desenvolvimento econômico e social do país.Uma das principais áreas que terão os dados geoquímicos disponibilizados é o Quadrilátero Ferrífero e entorno, região rica em minerais próxima a Belo Horizonte (MG). Desenvolvido entre os anos de 2007 e 2011, esse levantamento cobriu uma área de aproximadamente 45.000 km2 e foram coletadas 390 amostras de solo e 3.662 amostras de sedimentos de corrente.
Cada amostra foi analisada para 43 elementos químicos distintos, o que permitiu definir padrões de distribuição de determinados tipos de rochas e, em alguns casos, áreas com concentrações acima do normal de alguns elementos, como, por exemplo, o ouro.
Os dados vão contribuir na identificação de alvos de relevante interesse para estudos mais detalhados, tanto na área mineral, como ambiental, inclusive relacionados ao rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, situada dentro da área do projeto, já que as amostras foram coletadas antes do rompimento e caracterizam o ambiente prévio ao desastre.
“Queremos fomentar o setor mineral brasileiro e fornecer dados de qualidade com subsídios técnicos que minimizem os riscos e direcionem os investimentos para áreas com maior potencial. Fazemos parte da principal entidade geológica do país e estamos de portas abertas à sociedade”, explica o diretor de Geologia e Recursos Minerais, Roberto Ventura.
Com foco nas principais províncias minerais do Brasil, que correspondem às regiões com maior potencial geológico para a descoberta de novas jazidas, a CPRM desenvolve trabalhos desde sua fundação, em 1969, de mapeamento geológico, levantamentos geofísicos aéreos e terrestres e amostragem geoquímica de rochas, solos e materiais coletados em rios e no mar, o que quando analisados conjuntamente permite definir as características geológicas de diferentes áreas.
Atualmente o acervo de análises químicas no banco de dados da CPRM conta com mais de 350.000 amostras de diversos tipos, a grande maioria de projetos históricos que estão sendo recuperados e organizados em base de dados digital.
A partir de abril serão disponibilizadas as imagens geofísicas de magnetometria e gamaespectrometria de alta resolução, duas técnicas obtidas utilizando aviões e que resultaram de vultosos investimentos da CPRM, por meio de ação no PAC, entre os anos de 2004 e 2015. Também a partir dessa data passarão a ser progressivamente disponibilizados novos dados geoquímicos do restante do país.
Acesse aos dados do Quadrilátero Ferrífero no Sistema Geocientífico Geobank.
Fonte: CPRM
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