“Os diferentes olhares e visões, característicos de profissionais de áreas diferentes, podem, às vezes, passar a impressão de algo conflituoso. Mas as entidades irmãs precisam saber lidar com essa diferença e tirar proveito dela. Os diferentes olhares trazem enriquecimento às associações. E essa cooperação vem acontecendo de maneira bastante positiva no Brasil, com entidades como ABGE, ABMS, ABEF, SBG e tantas outras.Muito bonito o texto acima, mas deveriam avisar ao CREA/Pará e outros Conselhos de relevância regional para participar e assumir os debates que estão ocorrendo aqui com a implantação das obras de vulto, como os portos e a hidrelétricas.
No caso da ABGE e ABMS, essa relação vem se estreitando por meio de participações em eventos e publicações. Ainda não é uma cultura plenamente instalada, mas, atualmente, sempre há convites para que a ABMS participe dos eventos da ABGE e vice-versa.
Essa aliança poderia e deveria ir além, com a elaboração de diretrizes técnicas, por exemplo. Um dos graves problemas enfrentados pela engenharia hoje é a investigação geológico-geotécnica nos locais de implantação de obras. ABMS e ABGE deveriam somar esforços e elaborar diretrizes tanto para a execução quanto para a classificação de sondagens. Grande parte dos problemas que são observados nas obras de engenharia decorrem de situações que poderiam ser solucionadas no início do projeto, com uma boa campanha de investigações, bem executada, mas, principalmente, bem posicionadas em relação aos condicionantes geológicos de estabilidade das obras.
Outra questão que cabe às entidades técnico-científicas é o debate de situações que acontecem no Brasil e a busca de um posicionamento técnico diante delas. Um exemplo interessante é a duplicação do trecho de serra da BR 116 – Rodovia Régis Bittencourt.
A solução ficou parada durante anos e, enquanto isso, mortes aconteciam diariamente. Salvo engano, não houve manifestação de nenhuma associação apontando qual deveria ser a melhor alternativa para a duplicação. Poderia ter havido um debate sobre o assunto, uma análise das condições e um posicionamento técnico que poderia ter sido apresentado às autoridades pelas associações.
Este é um papel que as entidades devem assumir juntas – o de promover debates, tirar conclusões técnicas e apresentar um posicionamento, em forma de documento, às autoridades e à sociedade.
Vamos sentar juntos, conversar e traçar um plano de ações para beneficiar não apenas a comunidade técnica, mas a sociedade como um todo. ABGE e ABMS já deram os primeiros passos nesta direção, mas ainda há muito a ser feito.
Contamos com o apoio e a participação de toda a comunidade técnica para que os laços entre as associações se estreitem e que o resultado disso seja em benefício da sociedade.
Adalberto Aurélio Azevedo
Presidente da ABGE
É claro que não vão vir, porque não está em seu quintal!
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