A colisão de um asteroide gigante contra a Terra é a única
explicação plausível para a extinção dos dinossauros, disse uma equipe de
cientistas na quinta-feira (4), esperando encerrar uma discussão que há décadas
divide os especialistas.
Um grupo de 41 pesquisadores de todo o mundo
reviu 20 anos de pesquisas para tentar confirmar a causa da chamada extinção do
Cretáceo-Terciá rio, que criou um "ambiente infernal" há cerca de 65 milhões de
anos, e extinguiu mais de metade de todas as espécies da época.
Além do
asteroide, outra possibilidade cogitada era a atividade vulcânica na atual
Índia, onde uma série de supererupções durou 1,5 milhão de anos.
O novo
estudo, publicado na revista "Science", mostrou que a culpa pelo fim dos
dinossauros é de um asteroide de 15 quilômetros de diâmetro que caiu em
Chicxulub (México). "Isso desencadeou enormes incêndios, terremotos medindo mais
de 10 na escala Richter e deslizamentos continentais, que criaram tsunamis",
disse Joanna Morgan, do Imperial College londrino, coautora do estudo.
A
colisão teria liberado uma energia 1 bilhão de vezes mais poderosa que a bomba
atômica de Hiroshima.
Segundo Morgan, "o último prego no caixão dos
dinossauros" ocorreu quando o material da explosão voou para a atmosfera,
envolvendo o planeta na escuridão e causando um inverno global ao qual muitas
espécies não conseguiram se adaptar.
Os cientistas analisaram o trabalho
de paleontólogos, geoquímicos, climatologistas e geofísicos. Com base nos
registros geológicos, eles descobriram que na época da grande extinção houve uma
rápida destruição dos ecossistemas marinhos e terrestres, e que o asteroide "é a
única explicação possível para isso".
Peter Schulte, também autor do
estudo, da universidade alemã de Erlangen, disse que os registros fósseis
mostram claramente uma extinção em massa há cerca de 65,5 milhões de anos
--época conhecida como fronteira K-Pg.
Apesar das evidências de
vulcanismo ativo na Índia, os ecossistemas marítimos e terrestres só mostraram
mudanças limitadas nos 500 mil anos prévios à fronteira K-Pg, sugerindo que a
extinção não ocorreu antes e não foi motivada pelas erupções.
Gareth
Collins, outro coautor do Imperial College, disse que a colisão do asteroide
criou um "dia inferno" que marcou o fim do reinado de 160 milhões de anos dos
dinossauros - mas também acabou sendo um grande dia para os mamíferos.
"A
extinção KT foi um momento-chave na história da Terra, o que acabou abrindo
caminho para que os humanos se tornassem a espécie dominante na Terra", escreveu
ele no estudo.
Ontem, examinando os restos do asteroide que caiu no
México, um grupo brasileiro rechaçou que uma lasca de asteroide da família
Baptistina seria a responsável pelo extermínio dos dinossauros, conforme
indicava um trabalho internacional em 2007.
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