8 de julho de 2009

Lixo...e mais lixo!

Matéria de Eduardo Reina, no O Estado de S.Paulo.

20 mil t de lixo não são coletadas por dia – Mais de 20 mil toneladas de lixo doméstico produzido diariamente em todo o Brasil não são coletadas e vão parar em cabeceiras de rios, valas, terrenos baldios ou são simplesmente queimadas. É lixo suficiente para encher 28 piscinas olímpicas todo dia ou cobrir o Estádio do Maracanã de detritos a cada 36 horas. Já 54,9% – 83 mil toneladas/dia – das 150 mil toneladas de lixo doméstico que são coletadas vão para aterros sanitários, enquanto 67 mil toneladas/dia (45,1%) seguem com destinação inadequada e vão para aterros com problemas e lixões a céu aberto. Os dados fazem parte de um estudo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) e revelam um problema grave, que envolve saúde pública e saneamento.

O maior problema, segundo o levantamento da Abrelpe, está nos Estados de Norte, Centro-Oeste e Nordeste (onde se coletam 6%, 7% e 22% dos resíduos, respectivamente, os menores índices do País). A pior situação está no Centro-Oeste. Ali, 74% do total coletado tem destinação inadequada. É o caso do município de Colniza, no norte de Mato Grosso. Com 27 mil habitantes, 56% deles na zona rural, os detritos domésticos são levados para um lixão. “Estamos tentando regularizar a situação ambiental desse depósito. Não temos verba suficiente para criar um aterro controlado, que é muito caro”, explica o secretário de Administração, Fabio Dias Correia.

Na região amazônica, na pequena cidade de Novo Airão, com 15 mil habitantes, onde as ligações entre as comunidades ocorrem por barco, a prefeitura também não consegue fazer a coleta de forma a evitar danos ambientais. O que é recolhido acaba jogado num lixão próximo do centro. Há um projeto de construção de um aterro para 2010, segundo o prefeito Leoswaldo Roque (PSDC). Na Região Norte, 70,7% dos resíduos domésticos não têm destinação adequada. No Nordeste, esse índice chega a 68,4%. “Temos apenas um carro de coleta de lixo e depois tudo é jogado em uma valeta, a 5 km do centro”, diz o prefeito de Guaribas, no Piauí, Ercílio Matias de Andrade (PRB). Ele reclama da falta de verba para saneamento, mas vê maior prioridade no cuidado com as estradas que dão acesso ao município.

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