Quando a marolinha da crise chegou ao Brasil, o presidente foi enfático: "Consumam". Era hora de gastar as economias e não ter medo do futuro.
Poucos meses depois, este mesmo governo - que quer que gastemos sem temer o dia de amanhã - reajusta a aposentadoria em quase a metade do valor do reajuste do salário mínimo.
Agora eu pergunto: como não temer o amanhã, se com o dinheiro da aposentadoria mal dá para pagar o plano de saúde, comer e morar? Se hoje eu sair por aí realizando todos os meus "sonhos" de consumo para ajudar o Brasil a sair da crise e os especuladores financeiros a reabastecerem suas adegas climatizadas, quando me aposentar, quem vai me ajudar a pagar a tv a cabo da minha TV LCD? Ou estarei condenada a passar a velhice assistindo Zorra Total em 50 polegadas? Qual medida econômica vai garantir carne para o meu freezer frost free de inox? Vai sobrar algum para encher o tanque e tirar o carro da garagem?
Pois é, presidente...o amanhã é sombrio. E justamente para não temê-lo, que vou guardar bem guardadinha uma parte do meu dinheiro e me acostumar desde já a viver com menos. Assim, quando a minguada aposentadoria chegar, terei minhas economias e poderei continuar consumindo. Pouco. Mas o suficiente para ter o mínimo de dignidade e prazer que qualquer ser humano tem direito. Seja ele aposentado, trabalhador, governante ou especulador.
16 de fevereiro de 2009
Repassando...
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