16 de fevereiro de 2008

PASSAGEIRO NOTURNO


Voa sem limites
- nem tampouco exibindo
o menor sinal
de constrangimento -
abruptamente solto,
travesso e natural
meu eterno pensamento.

Plural arranjo
de imagens sobrepostas,
reflexo rápido
de neurônios capazes
a mando
de meus singulares desejos
em movimento.

Sem barreiras de espaço,
sobrevôo Paris neste momento.
Num segundo
estou em Calcutá,
perco-me em Londres,
atiro-me em Sarajevo,
Guanabara que já não há.

É noite. O vôo é livre.
De novo a paisagem me surpreende.
A viagem possui asas de sonho
invadindo a madrugada.
Entretanto, o destino é o mesmo:
se é minha a partida,
sempre tua é a chegada.

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