Durante minha estada em Santarém levei minhas filhas para lanchar e, enquanto esperávamos os sanduiches e refrigerantes (eu tomei cerveja, é claro!) fiquei observando um rapaz (era mais novo que eu e portanto rapaz, rs..) que ficava em pé na beira da calçada fazendo os sinais para os atendentes dos clientes que chegavam e sentavam para serem atendidos com presteza. De vez em quando o "gerente" ia e apanhava um lenço de papel, limpava o rosto e as mãos e jogava o "imprestável" objeto na sarjeta. Ao mesmo tempo, um grupo de jovens ia devorando seus sanduiches e, à medida que limpavam os lábios também jogavam os lenços, copos e canudos na sarjeta. Logo, aquele local ficou cheio de papéis, de plástico e de restos de comida.
Atento, o "gerente" chamou um atendente e mandou jogar água no local e despachar para dentro do esgoto. Que ia para o rio. O importante era que fosse mantida a limpeza do local!
Ai fico pensando: o esgoto lança seus dejetos no rio (não tem tratamento sanitário na cidade), a companhia de abastecimento capta parte das águas do rio que é lançada na rede de distribuição e nós bebemos este lixo.
Imaginem que isto acontece ao longo de todas as cidades dos rios Tapajós e Amazonas. Qual é a saúde que suas populações apresentam?
A questão é de simples tratamento: educação ambiental no ensino fundamental e médio. Quando da realização da Conferencia das Cidades, versão municipal em julho do ano passado, me intrometi e sugeri que fosse obrigada a educação ambiental, nos moldes da educação física, isto é, uma vez por semana nas escolas. Então uma advogada (pelo menos ela dizia que era) da prefeitura fez uma crítica surpreendente: "Daqui a pouco tu vais sugerir aulas até de educação sexual!" Esta é a visão dos dirigentes atuais em Santarém do Pará: Prevenir não é melhor que Remediar.
Ah! Existem normas que obrigam a um tratamento de água, à coleta de lixo, à saúde pública, etc. etc. etc. que não são e nem serão cumpridas à risca. Quando o forem, a vida será mais agradável.
Neste caso, os incomodados que se retirem. Para onde? Até nos cemitérios há excesso de mortos e nenhum planejamento. Para que planejar um campo santo se os mortos não votam, né?
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