7 de janeiro de 2006

PROJETO JURUTI

Em "O Liberal" deste domingo (08/01/2006) escondidinho na página 4 do PAINEL/POLÍTICA tem um artigo escrito por Gerson Peres, secretário do governo Jatene, no qual o mesmo faz um clamor pela implementação das eclusas do Tocantins, pelo Projeto Juruti, da ALCOA e por Belo Monte.
Fala muito pouco das eclusas. Então deve estar cansado de bater nesta tecla, como todos os outros articulistas deste jornal.
Fala do projeto Juruti, como se fosse um advogado da empresa. Mas não o é. Mostra, na verdade, um trabalho de secretário e fiel defensor das políticas públicas de Jatene, que nem sempre são boas, mas com certeza visam a continuidade no poder do partido ao qual pertence.
E cita as vantagens de milhares de empregos, o que não é verdade.
Cita a verticalização da produção de bauxita e quem esteve na Audiência Pública em Belém deve se lembrar de que o superintendente da empresa disse que não haveria fábrica para verticalizar o produto.
Reclama das exigencias ambientais que"ultrapassam os limites da paciência e indignação da sociedade". Aí esquece o professor Gerson Peres que o Ministério Público é o meio que "administra" a espada de Dâmocles entre as empresas de mineração e os "pobres" ribeirinhos que trazem votos para eleger os futuros deputados, senadores e governador do estado.
E reclama do pedido de cancelamento do projeto deste porte. Cancelamento, professor? Quem está ameaçando cancelar os investimentos é a empresa. O MP questiona a competência do estado do Pará em conceder a licença ambiental. Nada mais que isto!
A soma elevada que a empresa ameaça levar para a Islandia (2,5 bilhões de reais) é um jogo para espremer o estado e fazer com que todos os políticos de todos os escalões se unam para aprovar este projeto grandioso.
Vou dar uma sugestão, que nem a sua, mas com maior alcance: contrate-se empresas para fazer o EIA/RIMA do projeto, que sejam ligadas ao Estado (SECTAM ou IBAMA), ao detentor (ALCOA) e à população envolvida(MP). Do resultado prático que surgir dos relatórios será ou não implantado o Projeto.

Ah! sim quem bancará as pesquisas? O Estado e o Detentor, ora. Não são os interessados?

2 comentários:

Unknown disse...

Boa essa,Ambiental.
Acho que o Patativa de Cametá,como é conhecido o gérson,temtodo o direito de questionar o projeto,o empreendedor de fazer docinho e o MP de questioná-lo.Dois bilhões e meio de dólares,até na Islândia,ia fazer barulho mesmo.
Sou a favor do projeto,sabes disso,mas não concordo com o "abafa" do Gérson Peres.

Jubal Cabral Filho disse...

Mestre,
você sabe que eu não combato as minerações. Seria como dar um tiro no meu pé. Mas se as leis são feitas neste país por que não cumpri-las? Ou (como muitos declaram em alto e bom tom) elas só valem para os pobres?
Ainda não ouvi ou li um pronunciamento, da parte do Governo estadual para implantar a saúde, a educação e a segurança pública no município em questão. Vai sobrar pra quem? Então a discussão é mais ampla que as colocadas pelo professor Gerson "Patativa de Cametá" Peres. Aliás, neste artigo de O Liberal, ele deveria excluir a palavra professor e manter o termo político.