26 de agosto de 2005

Estado mapeia áreas de grilagem - 25/08/2005

Local: Belém - PA
Fonte: Diário do Pará Link:
http://www.diariodopara.com.br/

A força-tarefa de combate à grilagem na região do município de Monte Alegre, fez um sobrevôo, ontem de manhã, durante duas horas e meia, na unidade de uso sustentável (US-01) definida pelo Zoneamento Ecológico-Econômico do Pará (ZEE), que envolve ainda as cidades de Almeirim, Alenquer, Óbidos e Oriximiná, para identificar as ocupações ilegais de terras. Os moradores da área calculam que 11 grupos de grileiros e/ou empresas, provenientes do Mato Grosso, Espírito Santo, Paraná, São Paulo e Santa Catarina, já tenham tomado conta de 1/3 do território de Monte Alegre - ao norte do município e num local denominado de Serra Azul. Os atrativos são a madeira ou, simplesmente, a especulação fundiária para acúmulo de capital a partir da comercialização das terras. A operação será por terra, hoje, com o apoio do Comando Tático da Polícia Militar, mas os locais identificados no sobrevôo são de difícil acesso. O objetivo é encontrar os grileiros em ação e seus maquinários. Mal conseguíamos enxergar as picadas abertas na mata, mas pretendemos chegar o mais perto possível, disse Paulo Altieri, coordenador do ZEE pela Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam). Da operação, participam também outros órgãos públicos, como a Polícia Civil, através da Delegacia do Meio Ambiente (Dema), Iterpa, Instituto Evandro Chagas e o Ibama, que ingressou ontem no grupo. A força-tarefa foi desencadeada com base nas informações encaminhadas pela PM à Sectam sobre a situação do desmatamento de áreas nos municípios de Monte Alegre e Alenquer. Segundo Altieri, os grileiros se escondem a qualquer sinal de fiscalização do poder público, daí a necessidade de uma rotina para coibir a atividade ilegal na área. Eles já estão numa condição à margem da lei. A Dema está fazendo o levantamento dos nomes das pessoas que negociam terras. O delegado Marcos Lemos colheu três depoimentos pela manhã, e à tarde, mais dois. O objetivo é identificar quem são os cabeças, quem inicia o processo, quem paga as pessoas que ocupam as terras. A grilagem se dá a partir da abertura de pequenas estradas para retirada de madeira e, para configurar a posse, eles fazem o corte raso e plantam capim, afirmou o coordenador do ZEE. No sobrevôo, os técnicos do Laboratório de Sensoriamento Remoto (LSR) da Sectam analisaram, compararam e atualizaram as coordenadas para a plotagem (marcação) em relação ao mapa do ZEE. O próximo passo será massificar a informação junto à comunidade de que foi definida como unidade de uso sustentável, e fazer uma avaliação ecológica rápida para saber o potencial da área. O Imazon, organização não-governamental, já apontou a exploração da madeira como potencial, mas vamos ter que dar uma categoria - floresta de produção, reserva extrativista, parque e etc. A avaliação durará de três a seis meses, acrescentou Altieri.

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