26 de fevereiro de 2011

Amor virtual


Amor virtual

Cá estou solitário
Em frente à tela do meu micro,
Rebuscando no túnel virtual
Formas de apreendê-la
Para sentir-me um ser normal...

Posso oferecer-lhe buquês de flores
De matizes tantas,
Sob a rama de uma árvore do campo
E transar uma intimidade indescritível,
Repetível, insaciável, desmedida...

Posso namorá-la numa praça
Medieval, e vê-la jogar
Sementes às aves
E passar meu braço
Em volta das suas curvas
Num abraço demorado
Ou beijos apaixonados...

Está na mente a felicidade...
Esta cabana na encosta da
Serra serve-me bem...
Tem uma filete d’água
Que corre das escarpas
E jorra alegria às minhas
Magoas no banheiro
Lá no meio do açaizal...

Quando a saudade aperta
Abro novamente a tela
Do meu micro
E lá está ela
Deslizando na neve
Num balé de fadas
Com seu véu transparente
Que me faz transpirar...

A minha amada é pura e bela,
Digamos uma donzela
Fiel que se doa, que responde
Às minhas carícias
Com toda fúria de um vulcão.

Por que não amá-la
E domá-la e dominá-la,
E acalmá-la da sofreguidão?
                                       
Paulo Paixão

Um comentário:

Anônimo disse...

lindo,Paulo.Quando se vislumbra a dor,paixao tudo flui de maneira simples bonita.Maravilhoso.

José Edibal Cabral