23 de maio de 2009

Operação Tapa e Abre: um drama itaitubense

Parte 1

Resolvemos denominar a operação de Tapa e Abre por causa do disse-me-disse que estão sendo produzidos com a desastrosa ação de limpeza do poço da Sonda.
Então, nada melhor do que rememorar o que aconteceu e tentar diagnosticar o que aconteceu.

Abre o pano.

Ato 1:
Com início em 1929 e término em 1930 é realizada uma propecção para petróleo (Sondagem 88) em Itaituba, com a perfuração de um poço de 360 metros, sob o comando do pesquisador Pedro de Moura, do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (SGMB), precussor da Petrobrás.
O poço resulta em água sulfurosa.
No governo de Edilson Botelho é imaginado um projeto urbanístico para Itaituba. A Orla é a prioridade. A Fonte da Sonda é a atração principal.
O arquiteto Mário de Miranda prepara o projeto e o mesmo é aprovado.

Ato 2:
No governo de Roselito Soares, o governo do estado consegue a verba necessária para a obra. A empresa Dinâmica Engenharia é a executora da obra.
É formada uma Comissão de Acompanhamento da Obra, composta por cidadãos de Itaituba, órgãos de classe e do projetista.

Ato 3:
Numa ação infantil e irresponsável da prefeitura é feita a contratação de um perfurador de poços para efetuar a limpeza do poço da Sonda e provocar o jorro de água na quantidade inicial (cerca de 9 m3/hora).
O poço fica entupido com as ferramentas.
A água pára de jorrar.

Ato 4:
Após críticas (principalmente aqui neste espaço) e sugestões, o prefeito vem a público afirmar que não é deus para mandar sumir e aparecer a água sulfurosa.
A Câmara de Vereadores quer abrir uma CPI e é impedida por falta de quorum.
Os jornais e emissoras de TV discutem o caso. Uns com seriedade, os do lado do prefeito fazendo galhofa com o caso.
O Ministério Público toma interesse no assunto.

Ato 5:
Contratam a empresa Poços Brasil, de Marabá para efetuar a limpeza. As informações são mínimas sôbre o poço.
A empresa consegue retirar as ferramentas que entupiam o poço. Efetuam a limpeza com brocas rotativas e a percussão até 72 metros. A água jorra. Os trombeteiros do prefeito soltam foguetes e comemoram. As emissoras aliadas trovejam a vitória sôbre a "cagada".
O prefeito vai pessoalmente comunicar a boa nova ao Ministério Público, que está pedindo informações detalhadas sôbre o assunto (preço, prazo, etc.).

Ato 6:
A água some de novo.
A empresa retira seus equipamentos de perfuração e compressor do local.
Que terá acontecido?
Entupiram o poço novamente?
Acabou a verba da governadora?
E a da prefeitura não vai entrar no negócio?
A simplicidade da operação não funcionou conforme o script.

Desce o pano.

Intervalo.

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