4 de agosto de 2009

A Reinvenção da Sustentabilidade



As Nações Unidas, em enquête recente, através do Programa das Nações Unidas (PNUD), inquiriram mais de 500 mil brasileiros sobre o que seria necessário para mudar no Brasil, para se ter um país melhor.

Segundo o PNUD, dentre os 500 mil que contribuíram com o projeto Brasil Ponto a Ponto, estão moradores dos maiores municípios brasileiros e dos dez com menor IDH. Também participaram estudantes do ensino fundamental e médio, além de pessoas que deixaram sua resposta registrada no site da campanha, dos clientes das empresas TIM (telefonia) e Natura (cosméticos) e de quem se manifestou pelos sites dos canais de televisão MTV (cabo) e Globo. As empresas parceiras foram as responsáveis pelo grande número de participações obtido pela consulta, diz Comim. A organização da Brasil Ponto a Ponto esperava, inicialmente, 50 mil respostas.

Anseios por honestidade, paz, não discriminação e violência contra a pessoa foram os mais apontados. Como as respostas eram abertas, ficou evidente a preocupação da sociedade com a reestruturação dos valores do homem contemporâneo.

Os valores da humanidade se manifestam como uma crise mundial que, sob a forma do desemprego forçado, pobreza, doenças, perversões, famílias desestruturadas, provocam esse olhar crítico sob si mesma.

Como CRISE estaremos privilegiando as definições de uma “fase difícil, grave, na evolução das coisas, dos fatos e das idéias” ou, especificamente, como “situação grave em que os acontecimentos da vida social, rompendo padrões tradicionais, perturbam a organização de alguns ou de todos os grupos integrados na sociedade”

Por isso que tentar obter uma visão de conjunto sobre o que na verdade está acontecendo, não é somente algo atual, mas indispensável para a construção de uma sociedade sustentável.

Após todas essas décadas, em que diversos valores foram transformados, novas necessidades surgiram. São conflitos religiosos e territoriais que marcaram a construção dessa sociedade. E o conceito de sustentabilidade vem para se tornar um marco desse milênio, o nome dessa nova era.

Quando há dez anos começamos a trabalhar junto às empresas o conceito de Responsabilidade socioambiental, discutir a importância da sociedade civil organizada como atores transformadores de uma sociedade, da necessidade de estreitamento das relações intersetoriais ( governo, sociedade organizada e empresas) visando um mercado fortalecido através das relações responsáveis e comprometidas com o meio ambiente, fomos chamadas de utópicas.

Segundo os dicionários, o "utopismo" consiste na idéia de idealizar não apenas um lugar, mas uma vida, um futuro, ou qualquer outro tipo de coisa, numa visão fantasiosa e normalmente contrária ao mundo real. O utopismo é um modo não só absurdamente otimista, mas também irreal de ver as coisas do jeito que gostaríamos que elas fossem.

Estavam errados, porque as idéias que soavam utópicas há décadas, passaram atualmente a ser debatidas com seriedade pela sociedade, empresas e governo. O fortalecimento das relações intersetoriais, do novo papel social das empresas na construção de um mundo mais justo, é cada vez mais latente.

Observamos um fenômeno econômico global, em que são inseridos novos indicadores à frente do Mercado Ético, uma plataforma multimídia que dissemina informações sobre investimento verde e responsabilidade social.

Essa nova era está marcada pelo desafio diário dessas pessoas em repensar a formas de se fazer negócio, de construir novas relações e buscar soluções conjuntas para problemas comuns, disseminar um comportamento ético e transparente com todos.

Acredito em um mercado fortalecido através das relações responsáveis e comprometidas com o meio ambiente e uma sociedade mais justa e igualitária, será inevitável.

As empresas que não aderirem rapidamente a esse novo modelo, ou não perceberem que os valore estão dentro da expectativa da e seus consumidores, não dentro de meras campanhas publicitárias, não sobreviverão a essa nova era.

Por Janaina Nogueira Muller - Especializada no Terceiro Setor presta consultorias para empresas que desejam implantar projetos socioambientais

Um comentário:

Fernando Lemos disse...

copiando clinton que disse: o problema é a economia estupida; o problema é o excesso de gente, o planeta não tem como sustentar com dignidade 7.000.000.000 de almas