22 de junho de 2009

Saudade é o amor que fica!


Tivesse eu a visão atual desta perda
Não teria saído tão cedo de teu lado
De teu regaço.

Se pudesse retornar no tempo
Eu voltaria pra casa
Para provar teus quitutes simples
Para passar as mãos nas tuas
Para te admirar.

Queria te te beijado mais...
Queria ter te abraçado muito mais...
Queria ter sido mais companheiro...
Queria ter sido mais filho teu, mãe.

Sempre soube que esta perda seria dolorosa.
Por isso aprendi que Saudade é o Amor que Fica!
Por isso anualmente me "queixo" de tua ausência aqui.
Eternamente...
Mãe...

4 comentários:

Fernando Lemos disse...

carissimo jubal

eu sei do que falas, mesmo que pensem que sou frio como um iceberg, senti isso quando da ida de meu avo, eu tio - pai e mestre e de meu pai.
quando a gente faz uma restropectivada vida e se condena por coisas simples que não fez.
completando tua saudade: saudade e tudo que fica daquilo que não ficou.
ou então saudade é a presença da ausencia.
par fechar o poema de drumont:

Jubal Cabral Filho disse...

É, car, aqui também temos sentimentos.

Fernando Lemos disse...

AUSÊNCIA

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade


A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste
Carlos Drummond de Andrade



Ao Amor Antigo
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.
Carlos Drummond de Andrade

tenho as melhores lembraças de ter sido tratado como gente por tua mãe quando eu estava na pior fase de minha vida.

Jubal Cabral Filho disse...

Fernando...
lembro demais disso.
De vc deitado na rede dela no pátio e ela pacientemente pedindo pra vc ir dormir...
cara...como éramos felizes naquela época.
Abs.