22 de junho de 2009

Homenagem

Para recordar minha mãe, Edith Cabral. No horário de seu falecimento:

FUNERALS BLUES

Parem todos os relógios,
desliguem o telefone,
Impeçam o cão de latir com um osso enorme,
Silenciem os pianos e ao som abafado dos tambores
Tragam o caixão,
deixem as carpideiras carpir suas dores.
Deixem os aviões aos círculos a gemer no céu
Rabiscando no ar a mensagem
Ela Morreu,
Ponham laços crepe nas pombas brancas da nação,
Deixem os sinaleiros usar luvas pretas de algodão.
Ela era o meu Norte,
meu Sul,
meu Este e Oeste,
Minha semana de trabalho,
meu Domingo de festa
Meu meio-dia, meia-noite,
minha conversa, minha canção;
Pensei que o amor ia durar para sempre: foi ilusão.
As estrelas já não são precisas: levem-nas uma a uma;
Desmantelem o sol e empacotem a lua;
Despejem o oceano e varram a floresta;
Porque agora já nada de bom me resta.

(W. H. AUDEN - 1936).

2 comentários:

Anônimo disse...

Abraço deste lado do Atlântico. Que bom é ouvir isto: http://www.youtube.com/watch?v=ux1a85Spi3w
Octávio Lima (ondas3.blogs.sapo.pt)

Anônimo disse...

Há aqui
http://ondas3.blogs.sapo.pt/1488997.html
uma espécie de merecida distinção. Octávio Lima