16 de dezembro de 2008

Meu Natal Utópico

Estava vivo...

Num lugar tínhamos conseguido realizar grandes empreitadas na área de saneamento básico e ambiental.

Projetamos e instalamos um sistema de produção de água limpa, retirada dos rios lamacentos de região de garimpo, com o auxílio de garimpeiros, empresários e compradores de ouro, que concordaram em abrir mão de um valor significativo de seus lucros pra colocar o "ouro azul" na casa de todos aqueles que necessitavam nas cidades interioranas. E sem o auxílio governamental, para que não fosse usado como "cavalo de batalha" das eleições que se avizinham. Agora, a água correrá livre nas torneiras e a saúde pública agradecerá pela diminuição de casos de desinteria, ameba e outras doenças.

Também conseguimos que o lixão de Itaituba fosse retirado das proximidades do igarapé Passa-tudo e que fosse instalado uma verdadeira central de processamento de lixo, com a separação dos produtos recicláveis (papel, plástico, vidros, latas, etc.) e do lixo orgânico.
Deste último é feita uma compostagem para fabrico de adubo, que é distribuído para os agricultores, que fazem parte do programa de desenvolvimento sustentável, onde também distribuimos as sementes para que eles consigam fornecer as verduras e legumes, que são utilizados na cesta básica das escolas da rede municipal. Mais uma vez, conseguimos fazer equilibrar o orçamento municipal e as verbas estupidamente gastas anteriormente estão sendo aplicadas na educação.

O centro comercial de Itaituba foi modificado. O som brabo dos comerciantes foi extinto. Os tabuleiros de quinquilharias expostos nas calçadas foram retirados para que os pedestres pudessem andar livremente. Existem agora diversos dispositivos para o pessoal jogar o lixo e todos fazem isso naturalmente.
As tampinhas de garrafas, que os garçons dos bares da orla jogavam no chão e depois varriam para a sarjeta são recolhidos em um local adequado e coletados separadamente. Também os apreciadores da cerveja passaram a não jogar o resto de seus copos nas sarjetas. E os copos descartáveis foram extintos dos bares. Uma beleza!

Os supermercados não fornecem mais os sacos plásticos gratuitamente. Não existem mais empacotadores gratuitos.
Isto deu novo significado aos preços dos alimentos por lá. Quem não levar sua sacola ecológicamente correta e quiser que os produtos sejam embalados pagará mais caro por eles.
A entrega continua, mas em bicicletas cargueiras, que dispensam o consumo de combustível fóssil, cada vez mais caro.

Então...acordei!
Claro que neste sonho projetei algumas visões do futuro, porque sei que os milhares de estudantes que aprendem cada vez mais sobre a preservação do ambiente em que vivemos, não irão deixar de cobrar e executar estas utopias.

Mas, enquanto não consigo executar estas vontades quero oferecer o Natal reciclável a todos aqueles que estão e/ou estiveram ao meu redor desde o século passado.

Sei que acima de tudo existe um sentimento reciclável que ainda perdura em mim e em todos os que vivem nesta terra que Deus nos deu.

No meu perfil digo que sou um ser de poucos amigos.
Não me rejubilo por isso.
Deveria ter mais amigos, mais pessoas que pudessem compartilhar de minha vida, de minhas idéias.
Ainda bem que apareceu este espaço aqui, onde posso me corresponder com centenas de pessoas conhecidas e desconhecidas. Pessoas que vão conhecendo um pouco daquilo que queremos transmitir.

Então quero compartilhar com todos este sentimento mais reciclável que conheço: a amizade.
Deixo a todos o meu convite para que se produza menos agressão física, menos poluição verbal, mais consumo consciente. Mais vida!
Se não puder dar um presente consumista dê simplemente um abraço amigo e caloroso. Faz a diferença.
Para aqueles que amam de verdade desejo que continuem amando mais ainda.

Pra meus amigos antigos e novos deixo o mais forte abraço de amizade duradoura, como presente natalino deste sonhador amazônico.

2 comentários:

Anônimo disse...

O texto ficou lindo, Jubal.

Que nós possamos ver teu sonho virar realidade ainda nesta vida. :-)

Rafaela Cabral disse...

Oi pai!!!
Muito bonito o texto.
Tomara que o que chamamos de consciencia ambiental, se torne um real para todos!!!!