Poesia e música de Zé Maria e Orivaldo Fonseca. No cd Todo Amor:
Já não pertence a mim minha vontade;
Não raciocino de tanta saudade;
Em tudo que olho vejo-te meu anjo;
Seja no rock'n'roll de uma guitarra;
Seja no canto agudo da cigarra;
Seja num fado triste ou num acalanto.
Perdoa, amor, esta saudade estranha
Mas é que a dor que agora me acompanha
Não é senão a falta que me fazes.
Quero buscar-te e as pernas me fraquejam,
Beijar-te e os lábios fecham-se, não beijam;
Ter-te e os meus braços já não são capazes...
E quando chega a noite tudo é triste
Meu coração carente não resiste.
Bate enganado, vendo-te chegar.
E ri, delira, brinca alucinado,
Jura que sente um coração do lado…
E segue a noite assim sem se alterar.
Ocorre de eu dormir, mas nada adianta.
A tua imagem linda se alevanta
E me convida pra uma dança aérea.
Sentindo, então, teu “corpo” pelos ares,
Esqueço totalmente meus pesares
E me entorpeço de uma droga etérea.
Mas restará desta saudade ardente
A dor feliz de amar profundamente
Mesmo que em sonho, mesmo que em miragem.
E se lerá, talvez, nalgum caderno.
- num tempo incerto, mas, decerto, eterno -
Um destes versos teus, como mensagem.
Eu passarei, mas levarei co´o vento
Tua cor, teu cheiro, cada movimento;
Preso à saudade que se instalou fundo.
Já quanto a ti, que estejas solta ou presa,
Restar-te-á somente uma certeza.
Que alguém te amou como ninguém no mundo.
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