11 de março de 2008

Sabedoria...

Neste período pré-eleitoral, os prefeitos vem se movimentando de todos os jeitos possíveis e imaginários para conseguir verba que possam utilizar sem ter que se ater a mirabolantes formas de prestação de contas, no futuro.
Aqui, em Itaituba, o prefeito Roselito Soares encontrou o mecanismo, colocou para funcionar e apertou o gatilho para detornar a bomba de ação retardada.
Vejamos como foi realizado.
Um contrato de prestação de serviços bancários com o BRADESCO foi o mecanismo. O banco vai movimentar todo o dinheiro da prefeitura durante cinco (05) anos. E quando se fala em toda a verba, não é só o pagamento de funcionários, mas todos os repasses que lhe são feitos e todos os recebimentos de tributos que ocorram neste muncípio. Pra isso recebeu a "contribuição" de 3 milhões de reais, depositados na conta da prefeitura no Bradesco, após a assinatura do contrato, que foi realizado em 23 de novembro de 2007. Se pular fora tem que devolver a grana toda e mais 50% de multa. Isto é, se ele perder, vai usar a grana e o próximo prefeito, seja ele quem for, tem que engolir o contrato, que foi assinado em nome do Município.
Claro que para não deixar rabo preso, o prefeito precisava da aprovação da Câmara Municipal local (apelidada, genéricamente, pelo Juca Arruda como a casa da noca).
Enviou, então, uma lei (pela forma como foi tratada era a própria lei e não um projeto) para os nobres edis discutirem, com os dizeres mais sucintos possíveis, pedindo a aprovação para realizar a transação, sem explicar como, quando e onde seriam utilizados a dinheirama recebida. Os vereadores, não se sabe bem porque (???), não discutiram muito sobre a lei, (incluindo aí os que dizem estar na oposiçao, que sequer pediram vistas no processo) e deram carta branca ao prefeito para "pintar e bordar" com a grana e com a conta. Estava em funcionamento.
"Daqui pra frente ninguém poderá cobrar nada", pensa ele.
A bomba foi detonada e a utilização está em campo.
Mas, como toda lei precisa ser regulamentada (Direito Administrativo) através de um decreto dentro de determinado prazo, alguém (quem será?) deveria ficar cobrando a forma como será colocado em prática esta operação.
Resta saber quem vai colocar o guizo no pecoço do tigre.

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