"A disseminação dos protestos de produtores em dez Estados gerou preocupação no governo federal, que esta semana promove uma série de reuniões entre os ministérios da Agricultura, Fazenda e Casa Civil para definir ações visando conter a crise no setor agrícola.
"O presidente Lula determinou força total para que as coisas avancem rapidamente. Estou com esperanças renovadas de que tenhamos nesta semana coisas positivas e antes do fim de maio um Plano de Safra mais condizente com a realidade", afirmou Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura.
Segundo Rodrigues, Lula definiu como "prioridade zero" a definição de mecanismos para equacionamento da crise. A determinação foi dada na noite de terça-feira, após reunião entre Lula e os ministros da Agricultura, da área econômica e Casa Civil. O ministro disse ainda que o governo deve concluir até amanhã um novo conjunto de medidas emergenciais ao setor.
O pacote terá medidas de caráter emergencial (para dirimir problemas relacionados às dívidas, custo de produção e preços) e ações estruturantes.
Uma das "medidas estruturantes" em estudo é a redução da carga tributária para produção de biodiesel no Centro-Oeste. "A idéia é tirar um pouco de soja do mercado para fazer biodiesel para consumo local", disse Rodrigues. A medida ajudaria a reduzir a pressão sobre os preços da soja e baixaria custos dos produtores com diesel.
Na corrida para conter a crise, o governo também pretende adiantar, para o fim de maio, o anúncio do Plano de Safra 2006/07. "Lula quer um Plano de Safra que tenha como elementos fundamentais mais dinheiro e a custo mais barato", afirmou Rodrigues.
O ministro observou que os protestos de produtores, caminhoneiros e entidades da sociedade civil refletem uma crise que já havia sido anunciada por ele a outras áreas do governo há meses. Mas só agora os outros ministérios têm a dimensão exata da crise.
A queda na rentabilidade do setor e o aumento das demissões no campo leva produtores a realizarem protestos em dez Estados. Santa Catarina e Minas Gerais também estudam iniciar ações nos próximos dias. No Mato Grosso, onde o movimento começou há três semanas, existem dez pontos de bloqueio em rodovias federais.
Homero Pereira, presidente da Famato - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso -, diz a paralisação de caminhões nas estradas começa a gerar falta de alguns produtos em 40 municípios do Estado. Os movimentos, segundo ele, devem se intensificar até sexta-feira, quando o setor se reúne novamente com o ministro da Agricultura.
Argino Bedin, produtor de soja em Sorriso (MT) e um dos participantes da mobilização, diz que no município já falta diesel há cinco dias. "Vamos continuar fechando as estradas e os movimentos serão cada vez mais radicais", afirma.
Bedin planta 9,7 mil hectares de soja, e na região em que vive é conhecido como dono de uma das lavouras mais rentáveis do Mato Grosso. "Por causa do dólar, tive prejuízo nas últimas duas safras. Nas condições atuais, não voltarei a plantar soja", diz Bedin.
Há estimativas de que só no Mato Grosso a área plantada de soja será reduzida em 3 milhões de hectares na próxima safra. No Mato Grosso do Sul, produtores mantêm bloqueios na BR-463.
Em São Paulo, a Associação Comercial de Guaíra comprometeu-se a fechar o comércio parte do dia a partir de segunda-feira em protesto. "Outros municípios da região também farão protestos", disse José Eduardo Lelis, presidente do Sindicato Rural. Em Sorocaba (SP) também houve protestos.
No Paraná, a ferrovia que passa por Rolândia (PR) foi liberada na manhã de ontem (quarta) por decisão judicial. Os protestos continuam em todos os Estados. Em Sorocaba (SP), os produtores fizeram o enterro simbólico do Lula. Em Campo Novo dos Parecis (MT), trabalhadores de lavouras desempregados fizeram manifestações."
"O presidente Lula determinou força total para que as coisas avancem rapidamente. Estou com esperanças renovadas de que tenhamos nesta semana coisas positivas e antes do fim de maio um Plano de Safra mais condizente com a realidade", afirmou Roberto Rodrigues, ministro da Agricultura.
Segundo Rodrigues, Lula definiu como "prioridade zero" a definição de mecanismos para equacionamento da crise. A determinação foi dada na noite de terça-feira, após reunião entre Lula e os ministros da Agricultura, da área econômica e Casa Civil. O ministro disse ainda que o governo deve concluir até amanhã um novo conjunto de medidas emergenciais ao setor.
O pacote terá medidas de caráter emergencial (para dirimir problemas relacionados às dívidas, custo de produção e preços) e ações estruturantes.
Uma das "medidas estruturantes" em estudo é a redução da carga tributária para produção de biodiesel no Centro-Oeste. "A idéia é tirar um pouco de soja do mercado para fazer biodiesel para consumo local", disse Rodrigues. A medida ajudaria a reduzir a pressão sobre os preços da soja e baixaria custos dos produtores com diesel.
Na corrida para conter a crise, o governo também pretende adiantar, para o fim de maio, o anúncio do Plano de Safra 2006/07. "Lula quer um Plano de Safra que tenha como elementos fundamentais mais dinheiro e a custo mais barato", afirmou Rodrigues.
O ministro observou que os protestos de produtores, caminhoneiros e entidades da sociedade civil refletem uma crise que já havia sido anunciada por ele a outras áreas do governo há meses. Mas só agora os outros ministérios têm a dimensão exata da crise.
A queda na rentabilidade do setor e o aumento das demissões no campo leva produtores a realizarem protestos em dez Estados. Santa Catarina e Minas Gerais também estudam iniciar ações nos próximos dias. No Mato Grosso, onde o movimento começou há três semanas, existem dez pontos de bloqueio em rodovias federais.
Homero Pereira, presidente da Famato - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso -, diz a paralisação de caminhões nas estradas começa a gerar falta de alguns produtos em 40 municípios do Estado. Os movimentos, segundo ele, devem se intensificar até sexta-feira, quando o setor se reúne novamente com o ministro da Agricultura.
Argino Bedin, produtor de soja em Sorriso (MT) e um dos participantes da mobilização, diz que no município já falta diesel há cinco dias. "Vamos continuar fechando as estradas e os movimentos serão cada vez mais radicais", afirma.
Bedin planta 9,7 mil hectares de soja, e na região em que vive é conhecido como dono de uma das lavouras mais rentáveis do Mato Grosso. "Por causa do dólar, tive prejuízo nas últimas duas safras. Nas condições atuais, não voltarei a plantar soja", diz Bedin.
Há estimativas de que só no Mato Grosso a área plantada de soja será reduzida em 3 milhões de hectares na próxima safra. No Mato Grosso do Sul, produtores mantêm bloqueios na BR-463.
Em São Paulo, a Associação Comercial de Guaíra comprometeu-se a fechar o comércio parte do dia a partir de segunda-feira em protesto. "Outros municípios da região também farão protestos", disse José Eduardo Lelis, presidente do Sindicato Rural. Em Sorocaba (SP) também houve protestos.
No Paraná, a ferrovia que passa por Rolândia (PR) foi liberada na manhã de ontem (quarta) por decisão judicial. Os protestos continuam em todos os Estados. Em Sorocaba (SP), os produtores fizeram o enterro simbólico do Lula. Em Campo Novo dos Parecis (MT), trabalhadores de lavouras desempregados fizeram manifestações."
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