Há alguns dias atrás tive a infeliz idéia de escrever um artigo para o Blog do Jeso, que denominei “NÃO AO GREENPEACE”. Ratifiquei o pensamento expresso, em uma nota publicada no Agonia ou Êxtase assim: “O intuito de meu artigo - volto a reafirmar - era e o é provocar estas mesmas organizações para que organizassem uma entidade ampla para mostrar que estão incomodados com a crescente degradação ambiental e que poderíamos, juntos, encontrar o caminho para que o desenvolvimento sustentável fosse trilhado”.
Imaginava, na minha ingenuidade ambiental, que os poderosos de nossa região se movimentariam rapidamente para mostrar que “idéias se combate com idéias melhores”. Movimentariam-se para reunir seus pares (?) e promover ações de conscientização da continuidade da vida.
Cheguei a enviar um documento a ACES sugerindo que se promovesse ações para “mostrar que a preocupação com a gestão ambiental trará às empresas que estão vinculadas ou não a esta associação um novo caminho. Estas empresas necessitam adotar os procedimentos ambientalmente corretos para concorrer em tamanho e segurança com todo um mercado que se prepara a longo tempo”. A resposta que recebi é de que “naquele momento, não interessava à entidade”. Quando irá interessar? Em outro trecho do documento enviado escrevo que “outra fonte de pressão sobre as empresas advém do aumento da consciência da população em geral e, principalmente, dos consumidores que procuram cada vez mais utilizar produtos e serviços ambientalmente saudáveis”.
Pena que a consciência esteja tão distante da economia ambiental. Pena que os comerciantes pensem no “hoje”, na entrada de mais din-din em seu caixa diário, pois “o amanhã a Deus pertence”. Não conseguem dar um passo largo ao futuro. Estão fascinados pelo olhar míope de agricultores que vêm devastando as florestas brasileiras há longo tempo. Estes irão embora tão logo tenham devastado esta parte da floresta amazônica, como fizeram em outros locais deste nosso país. Falam em desenvolvimento econômico para a nossa região. E o que fizeram com as regiões deles? Os seus clientes não serão estes agricultores, mas sim o povo que consome diariamente os produtos colocados nas prateleiras das casas de comércio.
Claro que cada um tem direito de emitir a opinião que achar conveniente. Tem direito de se expressar convenientemente e se defender contra quem atente contra seu patrimônio, sua vida e sua moral. Mas tem o dever de aceitar as opiniões de outros e discutir no campo civilizado, sempre com idéias melhores e aceitando o cumprimento da legislação pertinente. As agressões verbais ou físicas são armas covardes, que os maiores vilipendiadores da liberdade humana usaram e abusaram em duas grandes guerras mundiais.
Ouvir e ler opiniões arcaicas sobre o meio ambiente, sobre desenvolvimento, sobre a atuação das ONG’s, sobre o mercado econômico, que os “dirigentes empresariais e políticos” expressam com tanta facilidade é chegar à ante-sala do desprezo pelo futuro de seus próprios descendentes. A agricultura não é mais produzida de qualquer maneira, como a 30 anos atrás. A pecuária, a mineração e demais explorações dos recursos naturais são realizadas com planejamento e competência empresarial. Vide os exemplos das monoculturas da borracha, da juta e malva e dos garimpos. Será que não nos basta? Para exemplificar, nas ultimas décadas fecharam as portas de lojas comerciais tradicionalíssimas em Santarém: Casa Cristal, Organização Modelo, Tuji e Cia. Ltda., Luci, Tecejuta, diversos pecuaristas, hotéis, empresas de táxi aéreo, todos os cinemas da cidade e diversos outros empresários de menor porte.
Dá vergonha saber que nossos comerciantes estão sendo levados na crista da onda para a destruição monumental de seus patrimônios culturais e naturais. Que estão contribuindo para que nós mesmos sejamos agredidos. Não estão vendo que, quando juntam suas forças aos medíocres devastadores ambientais estão se igualando a eles?
Enfim, não faltam pressões para que as empresas adotem medidas de proteção ao meio ambiente. As iniciativas empresariais voluntárias, individuais ou coletivas, na medida em que pretendem ir além da legislação, acabam indicando os caminhos para as futuras leis. Se os empresários, como se denominam, não cuidarem de abrir os caminhos, as ONG’s o farão.
E a natureza agradecerá perpetuamente!
3 comentários:
Infelizmente as pessoas sao egoistas ao ponto de nao pensarem que as suas acções têm implicam directamente no futuro dos seus descendentes, dos filhos e netos que dizem tanto amar... mas é mais fácil
meter dinheiro no bolso do que procurar soluções viáveis para o ambiente!
Obrigado, Mikas, pela sua contribuição. Estou apalermado com as opiniões dos jornalistas que militam em Santarém. Todos pró-sojeiros! Voce poderá ler as opiniões deles em http://www.pauloleandroleal.com/site/news.asp?cod=3810 ou em http://www.oimpacto.com.br/bocao.htm.
Triste prova de desconhecimento sobre o assunto.
Abraços
Mas que maldade com a Mikas,Jubal.Sugerir-lhe que perca seu precioso tempo lendo O Impacto é cruel...rs.
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