1 de março de 2006

No Ondas3: A Ameaçã nuclear!

Poderia ser uma "chamada" para um novo filme de George Lucas ou Steve Spielberg, mas é uma postagem que revela a preocupação com este tipo de energia ainda-não-completamente-conhecida: a nuclear. Os técnicos dizem que é segura, mas porque os acidentes nos trazem tantas vítimas? Porque continuamos pesquisando as energias alternativas? Leiam o post publicado no Ondas3 e reflitam:

Cálculo nuclear

Excertos de artigo de Sandro Mendonça, publicado no Público (sem link). Existem dois argumentos típicos que são lançados para sugerir a opção nuclear: (i) que é eficiente economicamente, mas também (ii) cada vez mais segura e eco-eficiente. (…) Convencionalmente a base dos argumentos acima enunciados radica no progresso que tem animado a tecnologia tornando o nuclear muito mais atraente do que no passado. (…) Os dados disponíveis apontam para um significativo desenvolvimento tecnológico do nuclear durante a década de 1980. Contudo, apontam também para um refluxo assinalável na transição para os anos 90. (…) O que sabemos da análise económica da produção de nova tecnologia leva-nos a considerar duas razões essenciais para explicar estas tendências recentes. Em primeiro lugar, o incentivo económico à investigação na engenharia nuclear foi forte no passado mas terá diminuído. Em segundo lugar, as oportunidades ligadas ao potencial técnico da trajectória nuclear ter-se-ão atenuado em relação a outras formas de geração energética, isto é, a tecnologia terá entrado numa fase de rendimentos decrescentes. (…) O início da década de 1980 marca um declínio mundial na instalação de novos reactores. Durante este período constata-se que as optimistas projecções de custo-benefício das décadas anteriores nunca foram concretizadas na realidade. A experiência do sector, o qual sempre dependeu de pesados e sustentados subsídios estatais, demonstrou que 1) o custo de instalação das centrais foi sempre muito mais alto do que o esperado, 2) que o custo de manutenção provou ser tudo menos negligenciável, e 3) que o custo de desactivação foi sempre sub-estimado e nunca parou de aumentar. Entretanto, os acidentes foram ocorrendo, sendo um dos mais recentes o de Tokai no Japão em 1999. Os reactores utilizam igualmente água em abundância, sendo este um recurso cada vez mais escasso. Hoje o cepticismo internacional sobre a validade do argumento da eficiência da energia nuclear é sólido junto de muitos analistas. A implicação é que o custo de oportunidade de investir nesta via é demasiado elevado. Ou seja, a fixação com esta tecnologia do século XX implica o abandono de outros investimentos. Simultaneamente, e por comparação, as energias alternativas têm sido objecto de uma rápida sofisticação nos últimos 15 anos, sobretudo no campo das soluções eólicas, das marés e células de hidrogénio. (…) A evolução da situação geopolítica, a qual tem focado a proliferação nuclear, ajuda a criar também uma envolvente que desincentiva o crescimento deste sector. (…)

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