SONHOS ...
"Vivemos sob a forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos; ao contrário, servimos de modelo a alguns ao invés de imitar os outros. Seu nome, como tudo o que depende não de poucos, mas da maioria, é democracia”.
Péricles, Oração fúnebre, in Tucidides:A Guerra do Peloponeso, Livro II, 37.
Não quero aqui trazer discórdias nem levantar suspeitas sobre comentários que se produzem sobre sonhos nem sobre realidade. Mas, como tudo o que se produz, causa discussão, quero refletir algumas opiniões sobre esta quimera tão em voga atualmente: sonhos.
Sonhar, segundo o dicionário mini Aurélio, significa no sentido figurativo “fantasia, ilusão, desejo, aspiração”. Nós todos temos sonhos: desejamos ganhar na mega-sena, construir um lar sólido, tirar férias na Disneylândia, ter um vizinho amistoso, ver o time do coração ser campeão todos os anos e outras fantasias comuns a todos.
Também sonhamos com a mão ousada de uma diretriz governamental firme, ter um líder nas ações públicas, ver nossa cidade prosperando significativamente, sentir que o líder político da municipalidade está tendendo a cumprimento de promessas de campanha, mas, infelizmente, quase nunca isto se torna realidade.
É sempre sonho!
Não sou professor de historia antiga nem moderna, mas lembro das lições deixadas no Colégio Dom Amando sobre alguns tópicos importantes da historia mundial e que me deixaram marcas tentar sempre aumentar o meu conhecimento sobre as grandes contribuições mundiais.
Há séculos foi sonhado na antiga Grécia que se poderia construir uma republica democrática onde todos se beneficiassem das coisas públicas. Como nenhum outro povo, os gregos interessaram-se pela administração da coisa pública, envolvendo-se nos intensos e acalorados debates políticos que afetavam a comunidade, manifestando extraordinária consciência sobre a importância e o significado da palavra eleutéria, entendida como liberdade e independência da cidade em relação a qualquer outro poder vindo de fora - num mundo cercado pelo despotismo e pela tirania. A sua contribuição não se confinou somente ao teórico, pois também legaram os grandes discursos de Demóstenes e de Ésquines que imortalizaram a oratória voltada para a ação.
Em Atenas, a cidade-estado símbolo da democracia, os gregos sublevaram-se, guerrearam sempre para demonstrar que queriam viver em liberdade para discutir sua vida. Conta-nos a historia que mesmo um tirano (como o foi em Atenas antiga o governador Pisístrato), um líder popular que havia tomado o poder por meio de um astucioso estratagema, tornando-se o homem-forte da pólis, apesar da ilegalidade da sua ascensão, teve a sabedoria de fazer uma administração que muito impulsionou a prosperidade e o bem-estar da capital da Ática, com obras e serviços em prol do povo. Seus filhos que o sucederam, tentaram usar a tirania par alcançar objetivos sórdidos, mas o povo, na sua eterna sabedoria, destituiu-os e entregou as rédeas da cidade-estado nas mãos de Clístenes, que elaborou uma nova constituição e fez com que se abrissem as portas para uma experiência inédita: o regime governado diretamente pelo povo, a democracia.
Mas, mesmo com a vontade popular demonstrada, muitos filósofos locais não ficaram contentes com o modo pela qual a democracia fora estabelecida e criticaram acidamente a constituição estabelecida. Erro maior, segundo os filósofos, era a tentativa de participação popular, o que segundo eles inviabilizava a execução de uma política governamental técnica. Eles (os filósofos) diziam que era a mesma coisa que fazer sorteio de quem seria o piloto do barco durante uma tempestade. O barco tinha sempre que ser comandado por um especialista – o capitão. O questionamento tornou-se, desde então, um tema clássico no debate político sobre quem deve reger o estado, a maioria ou somente os técnicos? Mas a base da democracia é a igualdade de todos os cidadãos. Igualdade perante a lei (isonomia), e igualdade de poder se pronunciar, quer dizer, direito à palavra. Essas duas liberdades são os pilares de um regime, estendidos a ricos e pobres. O sistema de sorteio evitava, em parte, a formação de uma classe de políticos profissionais que atuassem de uma maneira separada do povo, procurando fazer com que qualquer um se sentisse apto a manejar os assuntos públicos, se eliminado a alienação política dos indivíduos.
Procurava-se, com o exercício direto da participação, tornar público a coisa privada. Sob o ponto de vista grego, o cidadão que se negasse a participar dos assuntos públicos, em nome da sua privacidade, era moralmente condenado. Criticavam-no por sua apatia ou idiotia. Quem precisava de muros para se proteger era a comunidade, não as casas dos indivíduos.
Tempos depois, os atenienses foram subjugados por outros tiranos (espartanos, macedônios, romanos, turcos, etc.) que lhes tiraram a forma democrática de governar.
E por que comentar sobre gregos e troianos?
Porque a democracia dos gregos foi um sonho que começou e foi reduzido a pó pelas conseqüências de discussões sem sentidos, pela ganância do povo e de outros tiranos e pela conseqüente apatia do povo.
Porque o PT foi um sonho que se dissipou como a fumaça de um cigarro deixado a queimar no cinzeiro inerte, assim como o foi as ações de um certo governador que, por ser casado com uma filha de nosso município, pouco ou nada fez para que nosso desenvolvimento fosse perceptível como esperavam os santarenos, como o foi o PMDB pós “diretas já”, o PSDB do real irreal, a SUDAM dos empresários marajás, a ética tão propalada e não cumprida pela elite governamental também pecou pela falta ou excesso de objetividade (no caso, a cornucópica pecuniária).
Não podemos e não devemos deixar que a apatia das promessas não cumpridas, a desconfiança de que não haverá melhora substancial no progresso santareno (quando vai ter início a enxurrada de empregos prometidos?), a falta de ousadia para “tirar das pedras a água que falta” para abastecer o rio de vontades populares, a sempre impassível presença do nepotismo nas nomeações “palacianas” (absurdo técnico ou vontade das maiorias?), a ausência completa das atitudes legislativas de nossos edis (eles são hoje o que queremos que sejam sempre os nossos representantes populares ?), a impossibilidade de pagar os nossos educadores conforme eles merecem (no passado ser professor (a) era o ápice de uma carreira bem sucedida) e o respeito ao povo pelo povo sejam motivos para desacreditar que em tudo isto existe o elemento humano da surpresa.
Não quero crer que nossos dirigentes máximos (Prefeita e seu secretariado) sejam usurpadores de nossa vontade de ter um governo democrático.
Não quero acreditar que, como bem diz o pedagogo e comunicador Everaldo Cordeiro, a gente simplesmente fique no “Continuo acreditando e não quero permitir que os desmandos e as decepções que encontramos no caminho aberto por tantos exemplos bonitos na militância política nesse país sejam fechados pelas imensas pedras deixadas por alguns...” Pedras estas que incomodam e que devem ser retiradas da estrada para que encontremos o tesouro escondido embaixo dela.
Não quero deixar que, como diz a “blogueira” Anaile, simplesmente seja uma verdade eterna quando depositamos a nossa esperança de mudança e “Votar no PT para um povo tão massacrado e ludibriado como o nosso era usar a última cartada... acabaram-se nossas cartas... E agora? Pena que vem aí novas eleições e eles vão repetir tudo o que os outros fazem... "fazer alguma coisa" próximo às eleições pro povo não esquecer.... e o pior é que ele não esquece...” porque estes dirigentes tem algo intangível em que continuo a acreditar: A ALMA DE SANTARÉM!
"Vivemos sob a forma de governo que não se baseia nas instituições de nossos vizinhos; ao contrário, servimos de modelo a alguns ao invés de imitar os outros. Seu nome, como tudo o que depende não de poucos, mas da maioria, é democracia”.
Péricles, Oração fúnebre, in Tucidides:A Guerra do Peloponeso, Livro II, 37.
Não quero aqui trazer discórdias nem levantar suspeitas sobre comentários que se produzem sobre sonhos nem sobre realidade. Mas, como tudo o que se produz, causa discussão, quero refletir algumas opiniões sobre esta quimera tão em voga atualmente: sonhos.
Sonhar, segundo o dicionário mini Aurélio, significa no sentido figurativo “fantasia, ilusão, desejo, aspiração”. Nós todos temos sonhos: desejamos ganhar na mega-sena, construir um lar sólido, tirar férias na Disneylândia, ter um vizinho amistoso, ver o time do coração ser campeão todos os anos e outras fantasias comuns a todos.
Também sonhamos com a mão ousada de uma diretriz governamental firme, ter um líder nas ações públicas, ver nossa cidade prosperando significativamente, sentir que o líder político da municipalidade está tendendo a cumprimento de promessas de campanha, mas, infelizmente, quase nunca isto se torna realidade.
É sempre sonho!
Não sou professor de historia antiga nem moderna, mas lembro das lições deixadas no Colégio Dom Amando sobre alguns tópicos importantes da historia mundial e que me deixaram marcas tentar sempre aumentar o meu conhecimento sobre as grandes contribuições mundiais.
Há séculos foi sonhado na antiga Grécia que se poderia construir uma republica democrática onde todos se beneficiassem das coisas públicas. Como nenhum outro povo, os gregos interessaram-se pela administração da coisa pública, envolvendo-se nos intensos e acalorados debates políticos que afetavam a comunidade, manifestando extraordinária consciência sobre a importância e o significado da palavra eleutéria, entendida como liberdade e independência da cidade em relação a qualquer outro poder vindo de fora - num mundo cercado pelo despotismo e pela tirania. A sua contribuição não se confinou somente ao teórico, pois também legaram os grandes discursos de Demóstenes e de Ésquines que imortalizaram a oratória voltada para a ação.
Em Atenas, a cidade-estado símbolo da democracia, os gregos sublevaram-se, guerrearam sempre para demonstrar que queriam viver em liberdade para discutir sua vida. Conta-nos a historia que mesmo um tirano (como o foi em Atenas antiga o governador Pisístrato), um líder popular que havia tomado o poder por meio de um astucioso estratagema, tornando-se o homem-forte da pólis, apesar da ilegalidade da sua ascensão, teve a sabedoria de fazer uma administração que muito impulsionou a prosperidade e o bem-estar da capital da Ática, com obras e serviços em prol do povo. Seus filhos que o sucederam, tentaram usar a tirania par alcançar objetivos sórdidos, mas o povo, na sua eterna sabedoria, destituiu-os e entregou as rédeas da cidade-estado nas mãos de Clístenes, que elaborou uma nova constituição e fez com que se abrissem as portas para uma experiência inédita: o regime governado diretamente pelo povo, a democracia.
Mas, mesmo com a vontade popular demonstrada, muitos filósofos locais não ficaram contentes com o modo pela qual a democracia fora estabelecida e criticaram acidamente a constituição estabelecida. Erro maior, segundo os filósofos, era a tentativa de participação popular, o que segundo eles inviabilizava a execução de uma política governamental técnica. Eles (os filósofos) diziam que era a mesma coisa que fazer sorteio de quem seria o piloto do barco durante uma tempestade. O barco tinha sempre que ser comandado por um especialista – o capitão. O questionamento tornou-se, desde então, um tema clássico no debate político sobre quem deve reger o estado, a maioria ou somente os técnicos? Mas a base da democracia é a igualdade de todos os cidadãos. Igualdade perante a lei (isonomia), e igualdade de poder se pronunciar, quer dizer, direito à palavra. Essas duas liberdades são os pilares de um regime, estendidos a ricos e pobres. O sistema de sorteio evitava, em parte, a formação de uma classe de políticos profissionais que atuassem de uma maneira separada do povo, procurando fazer com que qualquer um se sentisse apto a manejar os assuntos públicos, se eliminado a alienação política dos indivíduos.
Procurava-se, com o exercício direto da participação, tornar público a coisa privada. Sob o ponto de vista grego, o cidadão que se negasse a participar dos assuntos públicos, em nome da sua privacidade, era moralmente condenado. Criticavam-no por sua apatia ou idiotia. Quem precisava de muros para se proteger era a comunidade, não as casas dos indivíduos.
Tempos depois, os atenienses foram subjugados por outros tiranos (espartanos, macedônios, romanos, turcos, etc.) que lhes tiraram a forma democrática de governar.
E por que comentar sobre gregos e troianos?
Porque a democracia dos gregos foi um sonho que começou e foi reduzido a pó pelas conseqüências de discussões sem sentidos, pela ganância do povo e de outros tiranos e pela conseqüente apatia do povo.
Porque o PT foi um sonho que se dissipou como a fumaça de um cigarro deixado a queimar no cinzeiro inerte, assim como o foi as ações de um certo governador que, por ser casado com uma filha de nosso município, pouco ou nada fez para que nosso desenvolvimento fosse perceptível como esperavam os santarenos, como o foi o PMDB pós “diretas já”, o PSDB do real irreal, a SUDAM dos empresários marajás, a ética tão propalada e não cumprida pela elite governamental também pecou pela falta ou excesso de objetividade (no caso, a cornucópica pecuniária).
Não podemos e não devemos deixar que a apatia das promessas não cumpridas, a desconfiança de que não haverá melhora substancial no progresso santareno (quando vai ter início a enxurrada de empregos prometidos?), a falta de ousadia para “tirar das pedras a água que falta” para abastecer o rio de vontades populares, a sempre impassível presença do nepotismo nas nomeações “palacianas” (absurdo técnico ou vontade das maiorias?), a ausência completa das atitudes legislativas de nossos edis (eles são hoje o que queremos que sejam sempre os nossos representantes populares ?), a impossibilidade de pagar os nossos educadores conforme eles merecem (no passado ser professor (a) era o ápice de uma carreira bem sucedida) e o respeito ao povo pelo povo sejam motivos para desacreditar que em tudo isto existe o elemento humano da surpresa.
Não quero crer que nossos dirigentes máximos (Prefeita e seu secretariado) sejam usurpadores de nossa vontade de ter um governo democrático.
Não quero acreditar que, como bem diz o pedagogo e comunicador Everaldo Cordeiro, a gente simplesmente fique no “Continuo acreditando e não quero permitir que os desmandos e as decepções que encontramos no caminho aberto por tantos exemplos bonitos na militância política nesse país sejam fechados pelas imensas pedras deixadas por alguns...” Pedras estas que incomodam e que devem ser retiradas da estrada para que encontremos o tesouro escondido embaixo dela.
Não quero deixar que, como diz a “blogueira” Anaile, simplesmente seja uma verdade eterna quando depositamos a nossa esperança de mudança e “Votar no PT para um povo tão massacrado e ludibriado como o nosso era usar a última cartada... acabaram-se nossas cartas... E agora? Pena que vem aí novas eleições e eles vão repetir tudo o que os outros fazem... "fazer alguma coisa" próximo às eleições pro povo não esquecer.... e o pior é que ele não esquece...” porque estes dirigentes tem algo intangível em que continuo a acreditar: A ALMA DE SANTARÉM!
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