9 de abril de 2010

"Lobo Mau" abre a garganta

A hidrelétrica de Belo Monte será construída no Rio Xingu (PA) com ou sem a participação de empresas privadas, garantiu ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Uma coisa vocês podem estar certos: nós vamos fazer Belo Monte. Isso é importante que fique claro em alto e bom som. Entrem (empresas na disputa) ou não entrem”, afirmou Lula a jornalistas após evento no Itamaraty, ressaltando que quem acredita que o governo não tem “cacife” para isso está enganado.
Vou reler os Subterrâneas da Liberdade, a trilogia de Jorge Amado sobre a vida política brasileira no Estado Novo, a ditadura de Getúlio Vargas.
Parece que estamos iniciando com "Ásperos Tempos". Logo virá a Agonia da Noite e depois a Luz no Túnel.

Um comentário:

Nelson Tembra disse...

O leilão de Belo Monte corre o risco de ter um único grande interessado: o consórcio encabeçado pela Andrade Gutierrez, que se uniu à Vale, ao grupo Votorantim e à Neoenergia (que tem o Banco do Brasil e a Previ como acionistas. A Vale deve estar achando tudo isso "muito ruim" para não dizer o contrário, coitadinha da Vale?.

O MPF descobriu, analisando o material do IBAMA, que os próprios técnicos do governo deixaram claro, em vários documentos, seu desconforto com a falta de dados científicos que garantissem a segurança ambiental do projeto. A pressa em conceder a licença atropela não só ritos legais e princípios democráticos, mas atenta contra o postulado da precaução, essencial para evitar desastres ambientais. É o "Belo Desmonte" da legislação ambiental que também significa "rasgar a Constituição Federal".

A justificativa ética da obra fica ainda mais complicada, já que, para tanto, o sistema de valores assumido considera lícito sacrificar um bem público, o meio ambiente, em nome de um bem privado, o lucro de algumas megacorporações multinacionais. Isso é factível se assumirmos que o correto é que quem pode mais, ou quem possui mais poder, ou está muito próximo do poder, use todos os meios que considere cabíveis, possíveis, impossíveis, imagináveis e inimagináveis para perseguir seus interesses, doa a quem doer.