Dia
desses uma raposa felpuda e de grande influencia da politica local tentou me
convencer de que o atual poder municipal estava indo no caminho certo ao se
fazer aguardar as providências para iniciar as reformas politicas, sociais e infra estruturais
no município.
Suas
alegações seriam de que os erros deixados pela administração anterior teriam
que ser devidamente consertados para que a gestão pudesse acontecer. Estas
alegações já duram 45 dias e não se vê nenhuma ação para amenizar os supostos
estragos causados.
A
cidade está mais esburacada sem que fosse tomada uma atitude para amenizar os
estragos. Aliás, a única ação foi tapar os buracos da Transamazônica asfaltada
com cimento e brita, o que não deu certo, por razoes óbvias: materiais diferentes
para usos diferentes.
A
preocupação demonstrada com a ação degradadora dos garimpos do Tapajós mostra
um desvirtuamento, ou a tentativa, de visualizar os graves problemas que o
município enfrenta.
Não
que este assunto (degradação ambiental) seja de somenos importância, mas que já
provocou inúmeras discussões aqui, em Santarém, em Belém, em Brasília e pouco
avançou. Tudo com a conivência e por conveniência dos governos federal,
estadual e municipal. E culpar somente os garimpeiros é um insulto ao discernimento
de todos nós que vivemos e nos sustentamos à custa do mesmo. Ou alguém aqui, do
braçal ao comerciante - passando por geólogos, engenheiros, donos de redes de
TV e jornais, repórteres, compradores de ouro, fazendeiros ou artesãos – poderá
erguer sua voz e dizer que não come, bebe e dorme sem auferir de lucros
provenientes do garimpo de ouro do Tapajós? Quem mesmo?
Artigos escritos e publicados aqui no Agonia mostram minha visão (não tão atual) do garimpo.
Num deles, intitulado A GESTÃO MINERO-AMBIENTAL DA RESERVA GARIMPEIRA DO TAPAJÓS faço críticas ao modelo
gerencial estabelecido pelos órgãos minerais e ambientais. No segundo, ao qual
denominei O PASSIVO DA PROVÍNCIA AURÍFERA DO TAPAJÓS procurei demonstrar como estava/está o que havia ficado
pros descendentes atuais e futuros dos primeiros garimpeiros da era de ouro
destes. E nada mudou nestes tempos.
Se o governo atual quer fazer algo pra amenizar o grave problema causado no federal rio
Tapajós tem que começar proibindo que se cometa a loucura de construir as
hidrelétricas aqui, para beneficiar os empresários do Sul/Sudeste/Nordeste
beleza. E quem acredita que elas não irão afetar os nossos recursos naturais de
forma drástica? Depois, se a loucura for cometida, nada melhor que permitir que
se extraia, dentro de padrões ambientalmente corretos toda a madeira que vai
ficar sob o lago a ser formado, todo minério que puder ser extraído e que se
pague integralmente por cada uso e abuso que vai ser cometido contra as
famílias que moram nestes locais, as quais até hoje nunca puderam regularizar
suas posses por ineficiência do governo federal!
E parece que as reuniões realizadas, com a presença de secretários de estado foi mais um fogo fátuo para não mostrar o que precisa ser realizado em prol de uma população esquecida. Coisas básicas como abastecimento de água (a COSANPA pegou 10 milhões para construir um reservatório e a captação vai continuar no mesmo local), esgotamento sanitário (todo o resultado dos esgotos vai direto pro rio Tapajós e ningém muge ou tuge), limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos (lixão até quando?) e manejo das águas pluviais e drenagem (os alagamentos contínuos a cada chuva intensa).
Que se tenha a precaução de não cuspir para cima, pois o risco de cair na cara é enorme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário