Primeiro, em 2007, numa viagem de trabalho a Jacareacanga recebemos a notícia da perda de um jovem piloto, que tragicamente faleceu, após um choque de sua aeronave com um coqueiro, durante uma decolagem. Havia falecido o Eduardo Augusto Queiroz Azevedo, o Edu.
Ficamos desolados. Os pais principalmente.
Ficou a lembrança de um aventureiro que morreu como viveu: sempre enfrentando desafios.
Neste ano perdi um amigo.
De novo, no dia 13.
E, para mim, de forma inesperada.
Juvêncio Dias de Arruda Câmara (1955 - 2009).
Falar do Juvêncio é como chover no molhado. Fica até difícil falar bem dele.
Todos os que conviveram com este tipo simplíssimo, de uma honestidade palpável, simpatia sem tamanho, etc. e tal, se sentiam bem e relaxados com a sua companhia.
Como esquecer seu convite (e comparecer) para conhecê-lo pessoalmente e à sua família em um almoço do Círio de Nazaré, a nossa festa maior? E ainda levar um marmitex de maniçoba pra casa.
Como esquecer seu convite para ir conhecer o Boteco do Ranulfo (o ministro da Educação) e tomar uma Brahma, tirando o gosto com costeletas de porco assadas na calçada?
Como esquecer as outras cervejas (e a conversa paciente) na padaria em frente aos concertos livres, na escola em que Lucas ensaiava os acordes, quando minha vida conjugal ia pelo ralo?
Como esquecer sua palavra gentil ao chamar "Mestre Jubalino"?
Ou nas visitas esporádicas ao seu apê, quando sempre insistia em saber das novidades e oferecer um café passado na hora?
Ou aquela visita domingueira ao restaurante do Beto Salomão para deliciar com os petiscos de tartaruga, quando nos encontrávamos com o Brasiliense e outros amigos?
Quando terei um convite para assistir novamente um Botafogo x Flamengo e vê-lo, impávido, aceitar a derrota ao maior rival, em finais de campeonato carioca?
Como perder o hábito diuturno do Quinta Emenda?
E tantas outras lembranças diferenciadas deste paraense da gema e da clara.
Como não lembrar do Juca Arruda?
Esteja em paz, mestre Juca. Porque você nos deixou paz.
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