O pessoal da Alunorte (Vale do Rio Doce) bem que tentou ‘driblar’ a fiscalização, mas, com a ação, Picanço, superintendente do Ibama, mostrou que honra a pátria e faz jus ao nome, ou seja, passou a p… (pena…). Mexe com quem está quieto!
Em nota, a Vale disse que vai recorrer da multa, pois o vazamento é culpa da natureza, a chuva que caiu não seria normal e foi ela que provocou o vazamento.
Partindo da premissa, para a Alunorte o ‘normal’ deve ser o acumulo de muita lama vermelha contendo elevados teores da cáustica e arsênio provenientes do beneficiamento da bauxita. O normal deve ser economizar, construindo o menor número de bacias de rejeitos possível. O normal deve ser não estabelecer uma boa margem de segurança no dimensionamento dessas barragens, para prevenir a possibilidade de vazamentos.
O normal é dizer que o vazamento da lama vermelha não representa riscos ao meio ambiente e populações ribeirinhas, quando sabemos que soda cáustica e arsênio são tóxicos e podem comprometer, como de fato comprometem todos os meios, físico, biótico e antrópico/socioeconômico, na medida em que afetam formas de sustentação e sobrevivência de comunidades ribeirinhas, principalmente recursos hídricos e ictiofauna.
O crime é culposo quando a ação ou omissão é prejudicial ao direito de outrem, mas não intencional; ao passo que o crime doloso é praticado por má-fé ou intenção de fraude para obter vantagem induzindo os outros ao erro. Acidentes ocorrem e não são intencionais, mas ter consciência das reais possibilidades de danos e negá-los para tentar eximir-se de responsabilidades é terrível. É subestimar ou subjugar a inteligência alheia. O normal mesmo é para quem ‘adora’, ou a mídia convencional tradicional escrita e televisiva, que cobra milhões pela subseqüente ‘maquiagem verde’ ou ‘lavagem cerebral’ em nossos ‘inocentes úteis’…
1 de maio de 2009
Do Nelson Tembra
Comentário do consultor ambiental e engenheiro agrônomo Nelson Tembra ao post Vazamentos e Desculpas:
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