25 de abril de 2009

A Farra Continua...

Informa a Folha:

Pelo menos 18 deputados têm os nomes relacionados com a venda ilegal de passagens aéreas da cota dos parlamentares, informou nesta sexta-feira o "Jornal Nacional", da TV Globo. Segundo a reportagem, o esquema só pode ocorrer com a participação de alguém do gabinete do deputado.

O caso está sendo investigado pela comissão de sindicância criada na Câmara para apurar a venda de passagens aéreas para agências de turismo. Essas agências, por sua vez, revendiam as passagens.

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Reportagem da Folha publicada nesta sexta-feira informa que os gabinetes dos deputados Aníbal Gomes (PMDB-CE), Dilceu Sperafico (PP-PR) e Vadão Gomes (PP-SP) emitiram passagens para Paris em nome de pessoas que jamais viram e que afirmam ter comprado os bilhetes numa agência de viagens de Brasília.

Um caso identificado pela Folha se dá no gabinete de Aníbal Gomes. Funcionária do deputado Aníbal Gomes, Ana Pérsia afirma que "a Câmara nunca estipulou critério" e que recorria à agência do irmão para socorrer o deputado quando a cota dele estourava. Diz ainda ser 'prática normal' trocar créditos de voos entre gabinetes de colegas.

O deputado ACM Neto (DEM-BA), corregedor da Câmara Federal, defendeu punição dura para os envolvidos no suposto esquema de venda de passagens compradas com a cota da Casa.

"Se isso ficar comprovado, os deputados envolvidos devem ser cassados e os servidores demitidos imediatamente", disse o deputado baiano.

Plenário

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), decidiu submeter as mudanças no uso da cota de passagens aéreas dos deputados ao plenário da Casa. O recuo ocorre um dia depois de Temer anunciar as medidas, que geraram fortes críticas dos deputados.

As mudanças poderiam ser referendadas por ato da Mesa Diretora da Câmara. Mas a assessoria de Temer disse que ele vai apresentar na terça-feira um projeto de resolução sobre o tema para ser votada em plenário.

O projeto de resolução trará as medidas anunciadas ontem, como restringir o uso da cota da passagem ao deputado e assessores credenciados. As viagens ao exterior precisarão ser autorizadas pela terceira secretaria da Câmara. Os gastos com passagens passarão a ser divulgados na internet. Os créditos de passagens não utilizadas retornarão para a Casa.

O primeiro-secretário da Câmara, Rafael Guerra (PSDB-MG), negou o recuo. "Não tem recuo. Só queremos que as decisões sejam referendadas pelo plenário."

Com a decisão de apresentar um projeto de resolução, as medidas ainda não estão em vigor. Dependerão da aprovação do projeto pelo plenário.



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