23 de abril de 2007

Quem tem medo?

As críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao processo de licenciamento ambiental de hidrelétricas, feitas na reunião do Conselho Político de quinta-feira, antecipam um movimento crescente dentro do governo com o objetivo de tirar das mãos do Ibama o poder de veto ao início de grandes projetos de geração de energia hidrelétrica. Esse movimento já articula no Congresso, por exemplo, a aprovação de um projeto de lei apresentado em “caráter pessoal” pelo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, que transfere para o Conselho de Defesa Nacional (CDN) as decisões de licenciamento mais importantes.
A proposta, justificada sob o argumento de acelerar a geração de energia e o crescimento econômico, chega ao ponto de incumbir o Ministério do Planejamento pelos estudos de impacto social dos projetos, o que é considerado uma “aberração” pelos técnicos da pasta do Meio Ambiente. “O Ministério do Planejamento não tem nenhuma vocação para analisar impactos sociais de usinas hidrelétricas”, critica um alto funcionário do Meio Ambiente.
Esse técnico lembra que atualmente os impactos sociais são tão ou mais importantes quanto os ambientais nos processos de licenciamento analisados pelo Ibama. Quando uma usina hidrelétrica é construída, uma enorme área em torno da barragem fica alagada, afetando as populações ribeirinhas
.

Esta discussão vai nos levar à idade das trevas ambientais. Após um avanço espetacular na contenção de desmatamentos, o governo não quer mais que a sociedade discuta e se organize para direcionar os empreendimentos.

Quem viu essa turma de operários grevistas e quem vê essa mesma turma de governantes ditatoriais, né?

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