Estremoz, no "coração" dos mármores alentejanos, possui o único museu interactivo da Península Ibérica totalmente dedicado à geologia, instalado num Centro Ciência Viva onde os visitantes podem descobrir como funciona o planeta Terra. O espaço museológico interactivo proporciona a possibilidade de assistir a uma erupção num vulcão de quatro metros de altura, de conduzir uma bicicleta solar e apreciar um "Tyrannosaurus rex", a única réplica de um esqueleto de um dinossauro de grandes dimensões que existe em Portugal – informa um «take» da lusa assinado por Teodósio Caeiro.
Dedicado ao tema "Terra – Um planeta dinâmico", o Centro Ciência Viva de Estremoz tem dois pisos e cerca de 70 módulos científicos (40 interactivos e 30 expositivos), que permitem ao visitante compreender a complexa relação entre os processos geológicos activos no Planeta. A visita permite descobrir como funciona o local onde todos habitam – a Terra – um "planeta maravilhoso" onde todos os fenómenos estão interligados.
"Aqueles que esperam ir ao encontro de um Planeta formado por coisas inanimadas – as pedras – vão ter uma surpresa", advertem os responsáveis. "Um sistema vivo...mas lento, um sistema complexo... mas ao mesmo tempo maravilhosamente simples" é o que vão encontrar e que lhes permite "desvendar alguns dos segredos que só recentemente começamos a perceber".
Centro é "um local onde é possível interagir com o que está exposto"
Tocar, experimentar, brincar e descobrir, tornam-se uma necessidade ao longo da visita. "A Terra no Universo (Conhecer o nosso Planeta)", "Energias Externas (O Sol não serve só para bronzear)", "Energias Internas (O coração da Terra)" e os "Mármores do Alentejo" constituem os quatro núcleos do centro.
Nem todos os fenómenos geológicos conseguem ser explicados pela acção do Sol, como energia externa, sismos e vulcões são apenas algumas manifestações da energia interna do Planeta que o visitante do Centro Ciência Viva de Estremoz pode ficar a conhecer melhor. A visita serve ainda para dar a conhecer porque motivo existem mármores no Alentejo, como se formaram estas rochas, como se podem explorar e para que servem.
O Centro Ciência Viva convida "a ir viver esta trepidante aventura da Máquina do Tempo, mergulhar nos Oceanos de antigamente, descer às profundezas das Cadeias de Montanha de então e... finalmente, descansar nas planícies alentejanas actuais". "Este é considerado o único museu interactivo totalmente ligado à geologia na Península Ibérica, instalado numa zona onde o mármore tem muita importância, que inclui peças com milhares de milhões de anos", explicou à agência Lusa Rui Dias, professor da Universidade de Évora e coordenador do Centro Ciência Viva.
Rui Dias adiantou que o museu, inaugurado a 27 de Maio de 2005, recebeu no primeiro ano de funcionamento cerca de cinco mil visitantes, a maioria dos quais estudantes provenientes de estabelecimentos de ensino de todo o país. "A afluência de visitantes tem sido muito grande e tem correspondido às nossas expectativas", saudou.
O responsável indicou que todas as visitas das escolas são organizadas em grupos de 10 a 15 alunos e guiadas por um dos cinco monitores do centro, todos com licenciatura em geologia. Além das exposições permanente e temporária, segundo Rui Dias, os estudantes visitam ainda uma pedreira de mármore em Estremoz e podem participar numa conferência ou numa actividade laboratorial. "Temos tido boa receptividade por parte das escolas e dos professores", adiantou, explicando ainda que para as escolas do 1/0 ciclo do ensino básico há um programa próprio.
O Centro Ciência Viva de Estremoz foi o 11º a abrir no país
Estes espaços fazem parte da oferta de turismo cultural de Portugal, onde há dez anos não havia quase nenhuma oferta de moderna museologia científica. A exposição temporária "Evolução: resposta a um planeta em mudança", um espaço de acesso à Internet e uma loja, completam a oferta deste espaço de divulgação científica. A mostra temporária dá resposta a um planeta em mudança, demonstrando que o aparecimento e a evolução da vida na Terra são, só por si, uma prova de dinamismo do Planeta.
Segundo os responsáveis do museu, os registos que permitem contar a história da evolução dos seres vivos mostram também que a vida é a resposta à evolução da própria Terra, que é um planeta dinâmico e, tal como todo o Universo, teve um nascimento, um período de crescimento e maturação e terá inevitavelmente "uma morte".
A criação deste centro foi iniciada há cerca de uma década e obrigou à recuperação de um edifício do século XVI, onde funciona também o pólo de Estremoz da Universidade de Évora. O Centro Ciência Viva de Estremoz resultou de uma iniciativa conjunta da Ciência Viva, da Universidade de Évora e da Câmara Municipal de Estremoz, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e Direcção Regional de Educação do Alentejo.
A rede de centros Ciência Viva em Portugal foi uma iniciativa de Mariano Gago como ministro da Ciência e Tecnologia durante o governo de António Guterres.
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