24 de fevereiro de 2006

A Indústria das Alagações

Aproveitando este sofrido momento na vida dos acreanos (sem querer parecer distante do mesmo) podemos visualizar o que acontecerá com os outros povos amazonicos quando as enchentes começarem a invadir suas casas (ou barracos, como eles denominam). Veremos as cenas de desespero para uns e conformismo para outros, já mais acostumados com este grave e velho problema.

Marabá, no sul do Pará e Laranjal do Jari, na porção sudoeste do Amapá devem estar sofrendo este problema. E os governos federal, estadual e municipal vão liberar verbas para mitigar o sofrimento deles tal qual fizeram no Acre. Mas é o bastante?

Passado o momento angustiante que vivem os moradores, eles voltarão para suas casas e tentarão recuperar o pouco-quase-nada que sobrou e reiniciar. Contarão com o beneplácito dos mais abastados, através de doações de roupas e alimentos e com a reconstrução de passarelas e casas. É o bastante para eles?

Os governos poderiam aproveitar este momento precário para lhes dar melhores condições higiênicas e saudáveis em terrenos planos, com uma infraestrutura nos próprios municipais e nos locais que sofreram as inundações fazer a construção de áreas verdes, praças e outras obras de grande valia ao povo. Seria o bastante para nós?

Estas obras dariam maior satisfação aos munícipes, principalmente àqueles que não foram afetados pelo drama, pois veriam que o dinheiro recolhido dos tributos estaria sendo aplicado para melhorar a imagem do município e propiciar uma gestão ambientalmente de qualidade. Nos locais onde fosse implantado um novo bairro, com a infraestrutura necessária haveria um incremento de tributos recolhidos e evitado a injeção anual de "ajuda" para as enchentes, reduzindo, assim, os desperdícios.

Veremos como os governos agirão neste momento comum. E então poderemos concluir se eles estão contra ou a favor do povo.

Ou você gostaria de ter simplesmente sua vida reposta da mesma maneira que antes e sofrer as mesmas consequencias dos anos anteriores?

A contínua busca para que se administre o dinheiro público com responsabilidade parece inevitável e nela, o gerenciamento ambiental tem papel preponderante.

Quem ficar calado neste momento perderá o bonde para a história.

2 comentários:

Evandro Ferreira disse...

Jubal,

Cedo ou tarde nosso país se livra desse tipo de problema. Infelizmente a solução do mesmo não é uma coisa meramente técnica. Passa por decisões políticas e nesse campo tudo é possível.

Evandro Ferreira

Jubal Cabral Filho disse...

Caro Evandro
Temo que este cedo ou tarde demore muito mais do que desejamos.
Gostaria que nós pudéssemos tomar as decisões e fazer o melhor por nós mesmos, mas temo que com o poder e o dinheiro nas mãos passemos a fazer parte de corte de aproveitadores nacionais.