22 de janeiro de 2006

Ainda sobre a Micro-biodiversidade do Deserto

Após a publicação do artigo sobre a Riqueza da Biodiversidade do Deserto, divulgada no ambientebrasil e no PNAS começaram as discussoes sobre o tema para aplicação no semi-árido brasileiro.
Alguns especialistas no assunto comentaram o artigo. As declarações de políticos não serão levadas em conta neste espaço.
Entre eles temos a declaração do pesquisador da Embrapa, Antônio Cabral Cavalcanti que observou que o estudo trata de riqueza microbiológica no ambiente do solo e não das propriedades do solo em si - físicas, químicas e mineralógicas. “As atividades biológicas têm mais suporte em ambientes de clima temperado do que no tropical, ainda mais no rigor do entorno da linha do equador”, comenta ele, reafirmando que os solos da Amazônia são reconhecidamente de fertilidade natural muito baixa: ácidos, dessaturados de bases trocáveis, pobres em elementos disponíveis. “Nada que um manejo adequado com calagem e adubação não os tornem produtivos”, ressalva.
Outra declaração foi do químico Antônio Germano Pinto, especialista em Recursos Naturais com ênfase em Geologia: “Fico imaginando e tentando entender o porquê de tão grande estardalhaço com uma descoberta que grita ao bom senso e é de uma lógica cristalina”, diz ele, explicando cientificamente porque há maior biodiversidade de microorganismos, não só de bactérias, nas áreas desérticas do que no solo da floresta. Primeiro, porque os ácidos orgânicos do húmus foram digeridos pelos próprios microorganismos, deixaram de existir, sendo o carbono em excesso expulso para atmosfera sob forma de gás carbônico ou gás natural. Segundo, porque os nutrientes (sais) existentes no ambiente húmico estão presentes alimentando a micro vida, não foram levados, dissolvidos pelas águas em excesso. E, como terceira razão, ele aponta que, na ausência dos ácidos orgânicos e na presença dos sais - entre eles, os fosfatos, nitratos e carbonatos -, o pH estará neutro ou em torno de sete, ideal a presença da vida".

As discussões devem enveredar pelo caminho mais curto: disponibilidade de pessoal qualificado e de recursos financeiros para dar continuidade a pesquisas. Com certeza virão boas notícias para coloborar no manejo da floresta amazonica e produzir no semi-árido brasileiro.

Mas ... será que os nossos políticos querem isso?

Ou pretendem manter o povo sob o tacão da escravidão aos benefícios da água de caminhões, bolsa família, cestas básicas e outras esmolas "básicas"?

Bom, prá nós só interessaria a primeira opção. Melhor "ensinar a pescar do que dar o peixe".

Nenhum comentário: