Mais uma colaboração do colega Paulo Kley (gestoramazon_1@yahoo.com.br), especializando em Gestão Ambiental e Administrador de Empresas:
Já morou em outros países, trabalhou em empresas muito importantes, quase sempre multinacionais, o que lhe deu uma experiência muito vasta apesar de seus poucos 29 anos.
Pedro é muito criativo. Pensa diferente. Por onde passou deixou grandes idéias e resultados positivos. Sempre consegue vislumbrar alternativas que poucos ou nenhum parceiro ou chefe conseguem enxergar.
Pedro atualmente está trabalhando numa empresa que, apesar de ser medianamente lucrativa, tem grandes oportunidades de crescer mas não o faz porque está sendo gerida por executivos acomodados adeptos da teoria de que em time que está ganhando não se mexe.
Apesar de lucrativa, esta empresa vem recebendo constantes ataques da concorrência, cada vez mais agressiva.
Em uma reunião de Diretoria, Pedro apresentou uma idéia para bloquear o avanço de dois concorrentes agressivos e aumentar a participação de mercado. Era uma idéia nova.
Durante a apresentação, Pedro via a sua frente um dos Diretores, sem dizer uma só palavra, fazer movimentos negativos com a cabeça, quase que ininterruptamente.
Um outro, durante a apresentação balbuciava em tom baixo, mas suficiente para que todos ouvissem: "Nunca fizemos isto antes(*). Isto não vai dar certo(*)". Ao que um outro retrucou: "Já fizemos algo similar no passado, mas não funcionou(*)".
Em determinado momento, Pedro foi interrompido: "Alguém já fez isto antes?(*)", foi questionado.
"Não. Por isso mesmo temos o privilégio de sermos os pioneiros e tomar esta vantagem", respondeu Pedro.
"Mas nós sempre tivemos bons resultados e nunca precisamos disto(*)", foi a réplica.
Ao finalizar a apresentação, o diretor Financeiro interveio: "Isto não está no budget(*). Além do mais não temos condições materiais(*), de pessoal(*) e de tempo(*) para gastarmos nesta idéia".
Dos que não disseram nada Pedro captava mensagens não verbais como: "Que idéia ridícula!(*) Isto é uma tolice!(*)".
Essa gente desconhece que muitas idéias, tolas aparentemente, transformaram-se em vencedoras. É o caso do Dr. Raymond Damadian que, em 1971, visualizou uma maneira de produzir imagens mais nítidas do que o Raio-X proporcionava. Foi chamado de louco. Os cientistas diziam que sua teoria da ressonância magnética não tinha sentido e era coisa de visionário.
Voltando a Pedro e a sua proposta, o Presidente, conciliador e político, mas igualmente inseguro quanto às idéias novas, criou uma saída honrosa para Pedro:
"Sua idéia pode ser interessante(*), mas nosso negócio é diferente(*). Nós não pensamos tão grande(*) e no momento não estamos preparados para isso.(*). Além disso seria muito difícil conseguirmos uma aprovação da Matriz(*). Acho que devemos dar um tempo(*). Voltaremos a este assunto mais a frente(*). Obrigado".
Leitor, antes de continuar a leitura deste artigo, retorne à historinha acima e conte quantos asteriscos estão no texto.
Viu quantos bloqueios à criatividade foram colocados sobre uma idéia? Dezenove.
Imagine se Santos Dumont tivesse acreditado em todos os que lhe diziam que nada que é mais pesado do que o ar poderia voar. Ainda estaríamos levando semanas para chegar a Europa.
Esta situação pela qual Pedro passou poderia bloquear sua criatividade para sempre. Ele poderia desenvolver inconscientemente um receio de pensar diferente do que as pessoas imaginam. Poderia ficar com medo de expôr-se a uma dura batalha para defender uma idéia. Medo de passar ridículo. Ansiedade e insegurança. Consequentemente, seu potencial para pensar diferente estaria bloqueado e sua imaginação reprimida para garantir uma situação mais confortável e tranqüila.
Pedro correria o risco de ficar como as pessoas sem criatividade. Acomodadas e conformadas com a repressão do não ao novo, aceitando os motivos pelos quais não podem fazer algo. Aceitando também todas as razões porque alguma coisa poderá não dar certo. Mas Pedro é o exemplo da pessoa criativa, consciente, que não permite que estes receios o bloqueiem. Ele destrói as barreiras mentais do passado.
As pessoas criativas estão conscientes de que as rejeições acontecem basicamente por dois motivos: os outros não reconhecem o valor da idéia ou realmente estão erradas.
O erro, a frustração, a rejeição às suas idéias fazem parte do jogo. Para administrar este lado negativo da produção de idéias pense no que de pior poderá acontecer se sua idéia for rejeitada: V. será condenado à cadeira elétrica?
O pior que poderá ocorrer é você ouvir um NÃO! A palavra NÃO não é uma sentença de morte. Ao ouvirmos um NÃO poderemos estar estimulados a buscar mais informações, a redirecionar nossos pensamentos. Só não podemos permitir que um NÃO nos paralise.
Quem sabe pensar diferente agüenta, suporta suas ansiedades, é seguro, forte, confiante. Sabe que se tiver medo de errar não terá oportunidades. Sabe que necessita de liberdade para estudar, treinar, explorar, descobrir, perguntar, expressar-se. Sabe também que nada é mais perigoso do que uma idéia quando ela é a única idéia que se tem.
Quem pensa diferente não permite que as rejeições às suas idéias bloqueiem seu comportamento criativo. Quando se está produtivo pensa-se diferente, inova nos negócios, na família, na comunidade, no País. Cria novas oportunidades para todos. E vence!
O talento para pensar diferente é o que faz a diferença entre o sucesso e o fracasso.
Pense Diferente!
Antonio Carlos Teixeira da Silva
Diretor da Pense Diferente
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